Oceanos em perigo: a acidificação ameaça o regulador de temperatura do planeta

O oceano funciona como um gigantesco regulador da temperatura do planeta. Mas essa função está ameaçada pela “acidificação”. Os oceanos retiram da atmosfera um terço dos gases que aquecem o planeta todos os anos. E isso está fazendo a água ficar mais ácida.
Com uma amostra de água, vemos como isso acontece. Para saber se uma água é ácida, alcalina ou básica, a gente mede o pH: e existe uma tabela que mede, quanto menor o número, mais ácida.
Um experimento do Jornal Nacional mostrou uma água com pH neutro — nem ácido, nem básico. Só que ao colocar gás nessa água — o mesmo gás da água mineral e do refrigerante, o CO₂, aquele que está aquecendo a atmosfera. Ao medir o pH, a água ficou ácida.
No oceano, o pH médio caiu de 8,2 para 8,1. Parece pouco, mas interfere no processo químico de formação do calcário carbônico, que muitas criaturas marinhas precisam para formar suas cascas e conchas.
No oceano, o pH médio caiu de 8,2 para 8,1. Parece pouco, mas interfere no processo químico de formação do calcário carbônico, que muitas criaturas marinhas precisam para formar suas cascas e conchas.
Jornal Nacional
Uma exposição em Belém mostra para os efeitos nos corais, que já sofrem com a água mais quente. Eles têm esqueleto calcário, e a acidificação age como uma osteoporose, enfraquecendo dos ossos.
Clóvis Castro, presidente do Instituto Coral Vivo: “Isso não interfere na vida em si do coral, mais ou menos que nem com as pessoas. As pessoas que têm osteoporose não têm uma vida diferente das outras, só que os ossos quebram mais facilmente. Se tem uma tempestade, pode quebrar aquele coral. E aí ele cai no fundo e acaba morrendo.”
Conter a acidificação exige reduzir o carbono na atmosfera e proteger os oceanos de outras agressões.
Alexander Turra, coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano: “O problema é que a acidificação não está sozinha. Ela está associada a poluentes. Eu chamo isso de comorbidades ambientais, de forma que a acidificação mais elevação da temperatura, ou a acidificação mais a presença de um poluente, tem um efeito multiplicativo, levando inclusive à morte desses organismos.”
No Porto de Belém, encontramos o ativista Paul Watson. A Sea Shepherd usa uma pequena frota para impedir a caça às baleias e pesca industrial pelo mundo. Assim que chegou ao Brasil, o Japão pediu a extradição dele, acusado de conspiração e obstrução de negócios. No ano passado, ele passou meses preso na Groenlândia também a pedido do Japão, mas foi libertado. Paul Watson nega o uso de violência. (em inglês: “I developed a strategy called aggressive nonviolence”).
De Belém parte o navio para a Antártica, para tentar impedir a pesca de krill, um pequeno crustáceo que é a base alimentar para muitos animais. Watson defende o banimento da pesca do krill para salvar as baleias da fome.

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