
Onda de ataques assusta moradores e paralisa aulas na Grande São Luís
Uma onda de violência envolvendo a disputa de facções criminosas por território tem espalhado medo e insegurança nos municípios que fazem parte da Grande Ilha de São Luís.
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Os ataques violentos, registrados desde o domingo (19), já deixaram mortos, feridos, resultaram na suspensão de aulas em escolas e universidades. A situação também tem alterado a rotina dos moradores que vivem nas cidades.
O g1 reuniu os principais pontos sobre o caso. Abaixo, veja o que se sabe até agora:
Quando os primeiros casos de violência foram registrados?
Qual foi o estopim da onda de violência?
O que tem provocado a onda de violência?
Onde os ataques já foram registrados?
Quantas pessoas já morreram?
Os ataques tem alguma relação?
Quais as consequências da onda de violência na rotina da cidade?
O que dizem as autoridades?
1. Quando os primeiros casos de violência foram registrados?
Os primeiros casos de violência começaram a ser registradas ainda no domingo (19) nas cidades de São Luís, São José de Ribamar e Paço do Lumiar, localizados na Grande Ilha.
Durante todo o dia, a Polícia Civil registrou homicídios, tentativas de homicídio e tiroteios. Em São Luís, os casos aconteceram nos bairros Cidade Olímpica, Tibiri e Bairro de Fátima.
Somente no domingo, três pessoas morreram baleadas e outras três ficaram feridas.
2. Qual foi o estopim da onda de violência?
O ponto alto da semana violenta foi o ataque a tiros que deixou um jovem morto e cinco pessoas feridas no bairro Cidade Operária, na capital maranhense. As vítimas estavam na porta de um estabelecimento quando criminosos armados chegaram em um carro disparando contra eles.
Eduardo Lemos Martins, de 19 anos, foi atingido no tórax e morreu após ser socorrido. Os suspeitos fugiram em direção à Cidade Olímpica.
Quatro dos cinco feridos foram socorridos e levados por meios próprios ao Hospital Municipal Dr. Clementino Moura (Socorrão II), na região da Cidade Operária, antes da chegada da Polícia Militar.
3. O que tem provocado a onda de violência?
Guerra de facções fecha escolas e universidades em São Luís
O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, afirma que a onda de violência tem sido provocada por uma guerra que envolve a disputa facções criminosas por território na Grande Ilha de São Luís.
“É uma guerra de facções que ocorre em todo o Brasil, o Brasil precisa acordar para esse momento em que vivemos. A realidade criminal de hoje é diferente da de cinco anos atrás, o Brasil precisa de uma nova legislação que trate com vigor as facções criminosas, porque elas fazem ataques terroristas. São facções criminosas, organizações criminosas confrontando o Estado Brasileiro e nós não podemos aceitar”, afirmou o secretário em entrevista à GloboNews.
4. Onde os ataques já foram registrados?
Os casos já foram registrados em todos os quatro municípios que compõe a chamada Grande Ilha. São eles São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e a capital maranhense, São Luís.
Na capital, os casos aconteceram nos bairros Cidade Olímpica, Cidade Operária, Tibiri, Bairro de Fátima, Liberdade, Vila Magril, Monte Castelo, Vinhais, Vila Janaína, Residencial Maria Aragão, Vila Vitória e Vila Palmeira.
5. Quantas pessoas já morreram?
Sete pessoas morreram e mais de dez ficaram feridas durante a onda de violência registrada nesta semana, segundo o balanço divulgado nesta sexta-feira (24), pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Maranhão.
As vítimas tinham entre 17 e 43 anos, todas do sexo masculino, e foram assassinadas a tiros.
6. Os ataques tem alguma relação?
Até o momento, não há confirmação se os ataques possuem alguma relação. A Polícia Civil do Maranhão investiga a origem dos crimes.
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7. Quais as consequências da onda de violência na rotina da cidade?
A onda de insegurança provocou o fechamento de escolas, a suspensão de aulas em universidades e a alterou da rotina dos moradores dos quatro municípios.
Mais de 20 escolas da rede municipal e estadual de ensino suspenderam as aulas na quinta-feira (23) e na sexta-feira (24), devido a onda de violência.
As universidades Estadual do Maranhão (Uema) e Federal do Maranhão (UFMA) também suspenderam as aulas na quinta e na sexta-feira e, reduziram de atendimento das atividades administrativas. O Instituto Federal do Maranhão (IFMA) também adotou a mesma determinação.
Onda de violência em São Luís provoca o fechamento de escolas
8. O que dizem as autoridades?
O secretário de Estado da Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, deu entrevista à TV Mirante sobre a onda de violência na Grande São Luís.
Reprodução/TV Mirante
O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Maurício Martins, afirmou que o sistema de segurança pública não vai se intimidar com nenhum tipo de desordem e que a Polícia Militar está nas ruas, a Polícia Civil investiga os casos e o Serviço de Inteligência está fazendo levantamentos.
Ele afirma que não houve ocorrência de ataques em escolas e universidades públicas e particulares, nem no entorno delas. Portanto, não há nenhum problema relacionado à presença dos alunos e professores em sala de aula.
Além disso, Maurício Martins afirmou, durante entrevista à TV Mirante, que a legislação brasileira é frágil no combate às organizações criminosas. Ele criticou o fato de criminosos serem soltos rapidamente após a prisão. Segundo Martins, o sistema de Justiça está limitado por leis que protegem mais os criminosos do que os cidadãos, o que dificulta o enfrentamento das facções criminosas.