Operação apreende 600 litros de bebidas em situação irregular em adega de Americana


Operação apreende 600 litros de bebidas destiladas sem procedência em adega de Americana
Uma operação conjunta da Polícia Civil e da Vigilância Sanitária de Americana (SP) apreendeu 600 litros de bebidas alcoólicas e alimentos em situação irregular em uma adega no Jardim Nossa Senhora de Fátima, nesta quarta-feira (1º). Não há indícios que as bebidas estavam adulteradas com metanol.
O dono do local, de 38 anos, foi preso em flagrante por crimes contra as relações de consumo. Ele não apresentou notas fiscais nem comprovou a origem dos produtos.
Durante a fiscalização foram apreendidas garrafas de cachaças, vodcas e licores de origem e procedência que não estavam em conformidade com a legislação sanitária.
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Além dos destilados, também foram apreendidos cervejas, sucos e energéticos, e produtos alimentícios sem rótulo, sem prazo de validade ou com a data já vencida. Doces artesanais e outros produtos embalados sem identificação também foram alvo da fiscalização.
A adega foi interdidata pela Vigilância Sanitária de Americana, e as investigações sobre o caso prosseguem na Polícia Civil.
Operação nesta quarta (1º) apreendeu 600 litros de bebidas irregulares em adega de Americana (SP)
Reprodução/EPTV
17 mil itens apreendidos
A apreensão dos 600 litros de bebida ocorre um dia após outra ação contra a falsificação de bebidas alcoólicas em São Paulo. Os investigadores encontraram uma fábrica clandestina na Rua Otávio Tancredi, no bairro Fazenda Santa Lúcia, em Americana (SP).
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três endereços. Em um dos locais, no Bosque dos Ipês, foram identificados:
rótulos falsos de marcas conhecidas;
garrafas vazias;
bombonas com líquidos e uma grande linha de montagem para adulteração de bebidas.
Segundo a polícia, no imóvel eram produzidos uísque, gim e vodca. Os agentes apreenderam cerca de 17,7 mil produtos e duas pessoas foram presas por pirataria.
Polícia apreende 17,7 mil produtos em fábrica clandestina em Americana
Operação foi antecipada
Policiais do DEIC já tinham identificado a fábrica e planejavam fazer a operação em duas semanas. No entanto, diante dos casos de contaminação por metanol, o trabalho foi antecipado (entenda abaixo).
Apesar disso, não foram encontradas evidências de uso de metanol no local. Foi identificada grande quantidade de álcool comestível, que é o etílico de alta pureza e pouco odor, usado em adulterações.
De acordo com a Polícia Civil, a fábrica clandestina será periciada e os equipamentos usados na falsificação serão recolhidos. Um casal foi preso por pirataria.
A ação foi coordenada por policiais da 1ª Delegacia DIG (Antipirataria). Também contou com apoio da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e de uma empresa de e-commerce.
Polícia Civil faz operação contra falsificação de bebidas
Casos de intoxicação por metanol
Segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), o Brasil registrou 41 notificações de intoxicação por metanol, até esta quarta (1º) – desses, 37 são em São Paulo — sendo 10 casos confirmados de intoxicação por metanol em bebida e 27 em investigação quanto à origem da contaminação — e 4 em investigação em Pernambuco.
Foi registrada uma morte em São Paulo, enquanto outras sete seguem em investigação, cinco em São Paulo e duas em Pernambuco.
Infográfico mostra impacto do metanol no corpo
Arte/g1
O que é metanol
O metanol (CH₃OH) é uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. O produto é um tipo de álcool simples, incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum.
A substância tem diversas aplicações legítimas na indústria. Ele é usado na fabricação de formaldeído (o famoso formol), ácido acético, tintas, solventes e plásticos, e está presente em produtos como anticongelantes, limpa-vidros e removedores de tinta.
Também já foi utilizado como combustível em carros de corrida e pequenos motores, mas em condições seguras e controladas. No Brasil, uma das principais funções do metanol é servir de matéria-prima para a produção de biodiesel, em um processo químico chamado de transesterificação.
Fora disso, ele não deve ser comercializado diretamente para consumo humano nem adicionado em grande escala a combustíveis comuns.
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