Operação contra lavagem de dinheiro para o PCC: veja quais empresários e empresas são os principais alvos


Polícia interdita postos suspeitos de lavar dinheiro para o PCC em Teresina
A Operação Carbono Oculto 86, deflagrada nesta quarta-feira (5), mira pessoas físicas e jurídicas envolvidas em um esquema de lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis do Piauí.
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A investigação apurou que empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs eram usados para ocultar patrimônio, fraudar o mercado e lavar dinheiro ilegal.
A polícia identificou uma ligação direta entre empresários locais e operadores financeiros de São Paulo. Entre os alvos estão empresários, antigos proprietários de redes de postos e intermediários utilizados como “laranjas” em holdings.
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Quem são os alvos da operação
Pessoas físicas investigadas
Rogério Garcia Peres: gestor da Altinvest Gestão de Recursos, apontado como operador financeiro do PCC.
Denis Alexandre Jotesso Villani: empresário paulista ligado à Rede Diamante, envolvido em 40 empresas, incluindo 12 postos no Piauí.
Haran Santhiago Girão Sampaio e Danillo Coelho de Sousa: antigos donos da “Rede HD”, responsáveis pela expansão e posterior venda da rede.
Moisés Eduardo Soares Pereira e Salatiel Soido de Araújo: empregados e intermediários locais usados como “laranjas” em holdings com sede em São Paulo.
O g1 tenta contato com a defesa dos citados.
Pessoas jurídicas e fundos investigados
A investigação identificou empresas e fundos que compunham a estrutura do esquema:
Pima Energia Participações Ltda.: holding criada antes da compra da Rede HD, associada ao Jersey Fundo de Investimentos e à Altinvest.
Mind Energy Participações Ltda.: empresa de São Paulo usada para transferir unidades da rede.
Rede Diamante / DNPX Diamante Nice Participações Ltda.: nova bandeira que assumiu 12 postos no Piauí e Maranhão, controlada por Denis Villani.
Fundos e fintechs: Altinvest, Jersey FIP, GGX Global Participações, Duvale Distribuidora e Copape Produtos de Petróleo.
No total, mais de 70 CNPJs estão ligados direta ou indiretamente ao esquema criminoso. O g1 tenta contato com a defesa dos citados.
A Polícia Civil do Piauí, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRAGO), e o Poder Judiciário adotaram diversas medidas para interromper o fluxo de recursos ilícitos.
Entre elas estão a prisão temporária dos principais investigados, buscas e apreensões em residências e sedes de empresas, bloqueio judicial de contas e de bens móveis e imóveis, interdição imediata dos postos de combustíveis investigados e suspensão das atividades econômicas das empresas associadas.
Com relação às pessoas físicas investigadas, a Justiça determinou que elas compareçam ao tribunal sempre que forem intimadas. Elas estão proibidos de saírem de Teresina e mudarem de endereço sem autorização judicial.
Outra proibição imposta aos alvos é de se comunicarem com os demais investigados por qualquer meio, inclusive redes sociais, aplicativos de mensagens e terceiros.
Como era o esquema
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De acordo com a Polícia Civil do Piauí, o valor de R$ 5 bilhões foi identificado em movimentações atípicas das empresas envolvidas no esquema. A suspeita é que ele seja semelhante ao descoberto na Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto.
Segundo os investigadores, empresários locais estão ligados aos mesmos fundos e operadores já identificados operação de agosto, considerada a maior operação contra o crime organizado já realizada no Brasil.
Para dificultar a identificação dos reais beneficiários, os suspeitos usaram nomes de laranjas, constituíram fundos e usaram fintechs para movimentações financeiras, mesmo modo de operação verificado na outra operação.
A investigação aponta ainda que os postos vendiam combustível adulterado e que usaram fraude fiscal para deixar de pagar milhões de reais em impostos.
Braço do PCC no Nordeste
A investigação teve início após a venda da rede HD, que possui dezenas de postos no Piauí, Maranhão e Tocantins, em dezembro de 2023. A polícia descobriu que a rede foi vendida à Pima Energia e Participações, que havia sido criada apenas seis dias antes da operação.
Informações levantadas pelos investigadores indicaram ainda inconsistências patrimoniais e alterações societárias suspeitas.
A investigação identificou ainda remessa de mais de R$ 700 mil de um dos suspeitos para uma empresa citada na operação Carbono Oculto por ligação com o esquema do PCC.
Ainda segundo a investigação, há indícios de fraude fiscal e de emissão de notas fiscais frias pelo grupo, além do uso de fundos e holdings para ocultar recursos.
Avião de empresário é apreendido em operação contra postos suspeitos de lavar dinheiro para o PCC
Divulgação/SSP-PI
Quase 50 postos são interditados no PI, MA e TO por suspeita de lavar dinheiro para o PCC
Divulgação/SSP-PI
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