Operação policial mira organização criminosa suspeita de aplicar golpes na região
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta quarta-feira (1º) a Operação Engodo, em Montes Claros, no Norte do estado, contra uma organização criminosa suspeita de aplicar golpes na venda de piscinas. Sete pessoas foram presas preventivamente e oito mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências e em uma empresa ligada ao grupo.
Durante a ação, foram apreendidos três veículos de luxo e uma arma de calibre restrito. A Justiça também autorizou o sequestro de um imóvel avaliado em R$ 2,8 milhões, no bairro Ibituruna, e o bloqueio de ativos financeiros dos investigados.
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Segundo a Polícia Civil, os suspeitos usavam contratos falsos em nome de uma empresa já encerrada para enganar as vítimas, que pagavam pelos produtos mas não recebiam as piscinas ou recebiam apenas parte delas. A investigação teve início em fevereiro, a partir de boletins de ocorrência registrados em Januária e outras cidades da região.
Operação contra organização criminosa que aplicava golpes na venda de piscinas prende 7 em Montes Claros
Polícia Civil/Divulgação
As apurações apontaram que a quadrilha era dividida em dois núcleos. Um deles, liderado por dois irmãos de Montes Claros, era responsável por captar as vítimas e receber os pagamentos via PIX e cartão em nome de terceiros. O outro atuava na lavagem de dinheiro, comprando e vendendo veículos e imóveis de alto valor para ocultar a origem ilícita do dinheiro. Em um dos casos, contas bancárias do pai de 83 anos de um dos investigados foram usadas para movimentar valores milionários.
De acordo com a PCMG, o grupo teria movimentado cerca de R$ 30,1 milhões entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025. Parte dessas transações foi comunicada ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), reforçando os indícios contra os investigados.
O delegado Farley Guedes, responsável pelo caso, afirmou que a estrutura da quadrilha era bem organizada.
“Havia divisão de tarefas entre os núcleos, um voltado à captação dos valores ilícitos e outro à lavagem de capitais, inserindo-os na economia formal por meio da construção civil e aquisição de veículos”, explicou.
O delegado regional de Januária, Luiz Bernardo Rodrigues, destacou que a investigação revelou uma rede criminosa com ramificações em outras cidades do Norte de Minas. O coordenador do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro, Diego Flávio Carvalho, reforçou que os bens apreendidos poderão futuramente servir para ressarcir parte das vítimas.
A operação contou com 40 policiais civis e apoio do Ministério Público. Os presos foram levados ao presídio e permanecem à disposição da Justiça.
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