
Moradores da Favela do Moinho no dia da assinatura da parceria entre governos federal e estadual
João de Mari/g1
O Ministério Público de São Paulo e a Polícia Militar deflagraram na manhã desta segunda-feira (8) uma operação para cumprir 10 mandados de prisão preventiva e 14 de busca e apreensão contra suspeitos de chefiar o tráfico de drogas na Favela do Moinho, nos Campos Elísios, no centro da capital paulista.
Segundo a investigação, o grupo também exigia dinheiro de moradores que aceitavam deixar a comunidade para viver em imóveis oferecidos pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).
A investigação revelou que os criminosos agiam a mando de Leonardo Moja, o Leo do Moinho, integrante do PCC preso em agosto do ano passado durante a Operação Salus et Dignitas. Os promotores afirmam que o grupo criminoso manipulava e financiava movimentos sociais que atuam na favela para dificultar a remoção das famílias.
Em abril deste ano, o governo de São Paulo lançou a Operação Dignidade Comunidade do Moinho, para oferecer moradia a quem vive na favela.
Em junho, foram anunciados os detalhes do programa, em parceria com o governo federal. Até agora, pouco mais da metade dos moradores já deixou o Moinho.
O objetivo do governo estadual é remover todas as 824 famílias que vivem no espaço, erguido entre duas linhas de trem, e transformar a área num parque.
A investigação do Ministério Público afirma que a Favela do Moinho continua sendo usada como base do PCC e como esconderijo de drogas e armas da facção.
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