Vanessa Merlyn, de São Roque (SP), explica os diferentes cultivos das orquídeas
Arquivo Pessoal
Rosa, amarela, branca ou azul, não importa a cor: as orquídeas podem florescer em uma infinidade de tonalidades e em diferentes habitats. Por conta de sua versatilidade e beleza, a espécie conquistou diversos colecionadores que apreciam e cultivam as flores.
É o caso de Vanessa Merlyn, de 47 anos, moradora de São Roque (SP) e integrante do Círculo Orquidófilo de Sorocaba (SP). Ao g1, ela explicou que as orquídeas se dividem em três tipos principais conforme o ambiente em que crescem: epífitas, rupícolas e terrestres.
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“As orquídeas epífitas se desenvolvem nos troncos das árvores. As rupícolas crescem em pedreiras. Já as terrestres florescem no solo, entre a terra e material orgânico da natureza”, diz.
Vanessa Merlyn, de São Roque (SP), coleciona orquídeas e participa de grupo de colecionadores de Sorocaba (SP)
Círculo Orquidófilo Sorocabano
Segundo Vanessa, as orquídeas epífitas são as mais comuns nas residências. “Na natureza, elas vivem nos troncos das árvores, e as copas filtram o sol para essas plantas. Elas podem ser plantadas em tocos de madeira ou em vasos com substrato específico. “, complementa.
As orquídeas rupícolas, apesar de menos cultivadas, também são comuns em coleções, segundo a Vanessa. “Elas vivem em pedreiras, geralmente em áreas altas como montanhas e chapadas, e precisam de muita luz e umidade”, acrescenta.
Já as orquídeas terrestres também fazem parte das coleções de orquidófilos, explica a colecionadora. “Elas podem ser cultivadas em jardins externos e costumam formar grandes agrupamentos de plantas rapidamente”, finaliza.
Diferentes cultivos
Exposição de orquídeas em Sorocaba (SP)
Divulgação
Por se desenvolverem em ambientes diferentes, os três tipos de orquídeas exigem cuidados específicos, de acordo com Vanessa. As orquídeas epífitas, ou seja, aquelas que nascem em árvores, precisam, por exemplo, de uma estrutura para se fixar, explica a colecionadora.
“Vale ressaltar que epifitismo é uma relação de inquilinismo entre duas plantas, não parasitismo, como muitos costumam pensar. Em nosso cultivo doméstico, podemos cultivá-las em tocos de madeira ou em vasos com substrato específico para orquídeas epífitas, que pode ser um mix de pinos com carvão, por exemplo”, diz.
“É necessário um ambiente iluminado, de preferência entregando à planta sol filtrado durante todo o dia, usando tela de sombreamento de 70% ou 80%. As regas devem ser frequentes, sempre que a planta secar. No verão, essas regas podem ser realizadas diariamente, e no inverno ou em períodos chuvosos, podem ocorrer a cada três a sete dias, conforme o ambiente”, acrescenta.
As orquídeas rupícolas utilizam suas raízes para se fixar em lajedos de pedras com fissuras e irregularidades, especialmente em picos de montanhas e chapadas, segundo a colecionadora. Por isso, o cultivo doméstico exige cuidados diferenciados.
Colecionadora de São Roque (SP) explica as diferentes formas de cultivo das orquídeas
Círculo Orquidófilo Sorocabano
“Elas podem ser cultivadas em vasos com substrato inerte, como pedra brita lavada misturada com casca de arroz carbonizado. A luminosidade deve ser intensa, mas filtrada em cerca de 50%, evitando o sol pleno. A rega deve ser suficiente, sem deixar o substrato secar por muito tempo. É fundamental fornecer uma boa adubação, combinando fertilizantes químicos e orgânicos”, explica.
Já as orquídeas terrestres, que normalmente crescem no chão de matas e bosques, possuem raízes diferentes das epífitas. De acordo com Vanessa, suas raízes são mais grossas e se alimentam das camadas superficiais do solo e da matéria orgânica presente na vegetação.
“As orquídeas terrestres devem ser plantadas em vasos com substrato rico em matéria orgânica e bem drenado, como uma mistura de areia grossa, terra vegetal, pedra brita lavada e casca de pinus. Essas plantas precisam de menos luz e podem ser colocadas nas partes mais baixas do ambiente, recebendo principalmente o sol da manhã para evitar que as folhas queimem. As regas devem ser moderadas, tomando cuidado para não encharcar os vasos”, finaliza.
Exposição Nacional de Orquídeas
Sorocaba recebe a Exposição Nacional de Orquídeas com encontro de colecionadores
O Círculo Orquidófilo Sorocabano, do qual Vanessa participa, realizará a Exposição Nacional de Orquídeas em Sorocaba, reunindo colecionadores de todo o Brasil com mais de 1 mil flores de diferentes cores, formas e fragrâncias.
O evento é gratuito e será realizado na sexta-feira (26), das 18h às 20h, no sábado (27), das 9h às 20h, e no domingo (28), das 9h às 16h. A exposição será montada no Salão de Festas da Igreja Bom Jesus dos Aflitos, localizado na Rua Péricles Pilar, Vila Hortência.
O público também poderá participar de cursos sobre cultivo de orquídeas, com aulas sobre tipos de vasos, substratos, regas e outras formas de manejo da flor. As aulas serão realizadas no sábado às 10h e às 14h e no domingo às 10h.
Círculo Orquidófilo Sorocabano promove a 51ª Exposição Nacional de Orquídeas de Sorocaba (SP)
Círculo Orquidófilo Sorocabano
Exposição de orquídeas será realizada em Sorocaba (SP)
Círculo Orquidófilo Sorocabano
Vanessa Merlyn, de São Roque (SP) cultiva diferentes orquídeas
Vanessa Merlyn
*Colaborou sob supervisão de Júlia Martins
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