OUÇA último contato de vereadora de Campinas em flotilha para Gaza interceptada por Israel


OUÇA último contato de vereadora de Campinas em flotilha para Gaza interceptada por Israel
Um áudio gravado pela vereadora Mariana Conti (PSOL), de Campinas (SP), revela o que seria o último contato da parlamentar antes da interceptação dos barcos de ativistas que navegavam em direção à Faixa de Gaza. A gravação foi feita na quarta-feira (1º), por volta das 15h, no horário de Brasília.
Durante uma live nas redes sociais, a vereadora – que afirmou estar em licença não remunerada para participar da viagem – relatou que integrou um revezamento de vigilância com os demais ativistas. “Fiquei de vigília até as 10h e depois dormi um pouco, até as 14h”, contou.
Segundos antes de a gravação ser interrompida, a parlamentar relatou: “eles vão entrar no nosso barco, provavelmente nós vamos ter que desfazer dos nossos celulares”. Ao fundo, é possível ouvir orientações sendo dadas aos ativistas em inglês em espanhol.
A assessoria da vereadora informou ao g1 que, desde a interrupção dessa gravação, não conseguiu fazer contato com Conti.
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A flotilha, chamada Global Sumud, é formada por ao menos 44 barcos civis com cerca de 500 pessoas. Os organizadores afirmaram que o grupo transportava ajuda humanitária para a população de Gaza.
Armados com rifles, os militares deram ordem para os comandantes desligarem os motores e informaram que eles estavam violando um bloqueio marítimo legal.
A última atualização da agência de notícias Reuters, na manhã desta quinta-feira (2), indicava que trinta e nove embarcações tinham sido interceptadas.
Mariana Conti (PSOL), vereadora de Campinas (SP), é uma das integrantes de flotilha com destino à Faixa de Gaza
Reprodução/Instagram e REUTERS/Stefanos Rapanis
Greta Thunberg e neto de Nelson Mandela
O Ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que “vários barcos” da flotilha foram parados, e os passageiros e tripulação, levados em segurança ao porto de Ashdod, que fica entre a Faixa de Gaza e Tel Aviv.
“Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis”, afirmou o ministério.
Entre os ativistas, de quarenta países, estão a sueca Greta Thunberg e o neto do herói sul-africano Nelson Mandela.
A África do Sul pediu a libertação de todos e disse que a interceptação foi uma grave ofensa à solidariedade e ao movimento global que visa aliviar o sofrimento em Gaza.
A Turquia diz que Israel violou leis internacionais.
Israel intercepta flotilha com ajuda humanitária para Gaza
Pelo menos 10 brasileiros
O Itamaraty confirmou a presença de pelo menos dez brasileiros e um argentino que mora no Brasil na flotilha. A lista do lado brasileiro inclui uma parlamentar petista, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), interrompeu a sessão da Casa na noite desta quarta, que votava a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, para afirmar que pediu ao Itamaraty apoio no caso.
No Brasil, a Anistia Internacional disse que nenhuma regra do direito internacional autoriza ataques a embarcações em livre navegação em águas internacionais e que a missão da flotilha é pacífica, humanitária e legal.
O Itamaraty disse que a embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com as autoridades israelenses para prestar assistência aos brasileiros.
A embaixada de Israel no Brasil ainda não se manifestou.
Flotilha
O grupo de ativistas iniciou a viagem em 31 de agosto, partindo de Barcelona, na Espanha, com a intenção de chegar a Gaza na quinta-feira (2).
Itália e Espanha chegaram a mobilizar navios de guerra para eventuais resgates ou ações humanitárias, mas deixaram de acompanhar a flotilha quando ela estava a menos de 300 km de Gaza.
Nesta quarta-feira, os governos italiano e grego enviaram um comunicado a Israel solicitando que os militares não atacassem os ativistas. Mas os dois países também pediram à flotilha que toda a ajuda fosse entregue à Igreja Católica, que encaminharia então os itens até Gaza. Os ativistas já haviam rejeitado essa possibilidade.
Em junho, forças navais israelenses detiveram Greta Thunberg e outros 11 tripulantes de um pequeno navio da chamada Flotilha da Liberdade, também enquanto se aproximavam de Gaza.
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