Criminosos se fantasiavam para desviar dinheiro de benefícios sociais dos cidadãos
Criminosos utilizavam pessoas em situação de vulnerabilidade, como moradores de rua e até mesmo crianças, para inserir novos rostos no sistema de reconhecimento facial e abrir cadastros falsos em bancos.
A Polícia Federal do Rio de Janeiro prendeu parte do grupo, que também recorria a disfarces, como perucas e rostos pintados, para invadir contas e desviar benefícios sociais. O esquema contava com a participação de funcionários da Caixa Econômica Federal e de lotéricas.
As investigações apontam que um dos funcionários chegou a receber mais de R$ 300 mil em propina para liberar acessos ao aplicativo Caixa Tem. Assim, benefícios como Bolsa Família, abono salarial e FGTS eram desviados, afetando principalmente famílias de baixa renda.
A Polícia Federal identificou Felipe Quaresma como chefe da quadrilha. Ele e Cristiano Bloise de Carvalho foram presos em flagrante, enquanto outros quatro integrantes seguem foragidos.
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Pessoas em situação de rua eram usados para aplicar golpes.
Reprodução/TV Globo/Fantástico
Como funcionava golpe?
Para criar “novos clientes”, os golpistas buscavam rostos que nunca haviam sido usados no sistema.
Em mensagens interceptadas, um deles ironiza: “Passou a facial do cracudo, vai ter que tirar uma foto 3×4”, revelando que moradores de rua eram explorados no golpe. Além disso, milhares de imagens falsas foram geradas por inteligência artificial para enganar a biometria.
O esquema incluía ainda os próprios criminosos posando para fotos, alterando cor da pele, cortes de cabelo e até barba. Segundo a PF, a estratégia era criar variedade de rostos para multiplicar os cadastros.
A Caixa informou que colaborou com as investigações, afastou os funcionários envolvidos e reforçou que atualiza diariamente seus sistemas de segurança. A instituição anunciou ainda a criação de uma diretoria de cibersegurança. Para especialistas, nenhuma tecnologia funciona sem a integridade humana: quando o elo principal é corrompido, todo o sistema desmorona.