
Operação de Polícia e MP descobre plano para matar autoridades em SP
O Ministério Público e a polícia de São Paulo fizeram uma operação contra integrantes do PCC que planejavam matar um promotor de justiça e o coordenador de 45 presídios.
Policiais cumpriram 25 mandados de busca e apreensão em sete cidades no interior do estado, e ainda prenderam duas pessoas em flagrante por tráfico de drogas. O objetivo era recolher celulares e computadores usados por integrantes do PCC para planejar o assassinato de autoridades.
A investigação começou em julho, com a prisão do traficante de drogas Victor Hugo da Silva. No celular dele, a polícia encontrou imagens mostrando que os bandidos acompanhavam a rotina do coordenador de presídios Roberto Medina, responsável por 45 penitenciárias na região oeste do estado. Uma mensagem enviada pelo criminoso falava sobre a movimentação de carros na casa de Medina:
“O carro saiu, subiu sentindo centro, devagarzinho”.
Em um vídeo, os bandidos fizeram o caminho feito por ele da penitenciária, onde trabalha, até a porta de casa. Os criminosos ainda usaram um mapa e imagens de GPS para indicar as ruas por onde o carro de Medina costumava passar.
Em agosto de 2025, os investigadores prenderam um outro integrante do PCC. Segundo a polícia, Wellison Rodrigo Bispo de Almeida estava vivendo em uma chácara na cidade vizinha de Presidente Bernardes, também com a missão de seguir os passos de Medina e até de parentes dele.
O coordenador de presídios faz parte de uma lista de autoridades que estão juradas de morte pelo PCC há mais de uma década. Em setembro de 2025, depois da prisão de um traficante de drogas, a polícia descobriu que outro nome que sempre aparece nessa relação também corria perigo: o promotor de Justiça Lincoln Gakyia, que há mais de 20 anos combate o crime organizado.
A informação estava no celular do traficante Sérgio Garcia da Silva. Mensagens indicavam que bandidos haviam alugado um imóvel a menos de 1 km de onde mora o promotor Gakyia, em Presidente Prudente. A casa era ocupada por várias pessoas e ainda servia como ponto de venda de drogas.
“Eu tive sobrevoo de drones há três semanas na minha residência e há indicativos que foi dessa casa que eles alugaram. Nesse levantamento de rotina, no meu caso, havia um print de tela com o mapa do trajeto que eu faço diariamente do meu condomínio para o trabalho e também do condomínio para a academia, quer dizer, na minha rotina”, diz Lincoln Gakyia, promotor de justiça de São Paulo.
O delegado de Presidente Prudente diz que o objetivo, daqui para frente, é saber se outras autoridades estavam na mira da facção:
“O que nós temos até agora produzido que não há dúvidas são essas duas autoridades. Agora, nós vamos continuar avançando, porque essas missões são pagas de maneira compartimentada pela facção. Então, nada impede de termos outras autoridades. Por isso demandou essa atuação mais célebre de nossa parte”, afirma o delegado Ramon Euclides Guarnieri.
Plano do PCC para matar um promotor e um coordenador de presídios envolvia monitoramento da rotina de parentes, diz investigação
Reprodução/TV Globo
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