Guarda Antônio Marcio Costa Oliveira morreu após ser baleado pela PM
Prefeitura de Iracemápolis
A Justiça de Piracicaba (SP) decidiu que vão a júri popular os policiais militares (PMs) João Paulo Polizel e Luiz Henrique Ferreira de Sousa, acusados de matar um guarda civil municipal por engano durante buscas a um suspeito de furto, em 22 de janeiro deste ano. A defesa dos réus afirma que eles agiram em legítima defesa.
No dia da ocorrência, o comandante da 1ª companhia da PM e 1º tenente Gilberto Ferreira Algarra informou que o furto ocorreu em uma residência na região central da cidade, próximo ao Teatro Municipal Dr. Losso Netto.
Então, os dois suspeitos, que estavam no interior da residência, fugiram com a chegada das equipes e um deles entrou em uma clínica de oftalmologia, na Avenida Independência.
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Dois PMs foram presos, mas liberados em audiência
“Os policiais realizaram um cerco, várias equipes, várias viaturas e, quando entraram na clínica no encalço de um desses indivíduos, eles se depararam com uma pessoa armada no teto da casa, e os policiais efetuaram disparo contra ela. Posteriormente, foi constatado que essa pessoa é um guarda municipal”, detalhou Algarra.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o guarda Antônio Marcio Costa Oliveira, de 45 anos, foi confundido com um dos suspeitos.
Oliveira atuava na corporação de Iracemápolis (SP), mas estava de folga e trabalhando como segurança da clínica naquele dia. Ele foi socorrido e levado para a Santa Casa de Piracicaba, mas não resistiu.
Os dois PMs envolvidos na ação foram presos no dia seguinte, mas liberados em audiência de custódia.
Câmera flagra momento em que guarda morto por engano pela PM é baleado
PMs dizem viram arma com a vítima
Em depoimentos judiciais, os réus afirmaram que quando entraram na clínica atrás do suspeito viram um homem armado em cima do telhado e, por isso atiraram.
Sousa afirmou que o guarda estava se movimentando e apresentava risco, e que não obedeceu a uma ordem de largar a arma. Polizel argumentou que qualquer movimento com arma representa ameaça.
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Vítima de costas e com arma abaixada, diz Deic
Já a delegada Juliana Ricci, da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) informou à Justiça que as imagens de câmera de segurança mostram que a vítima estava de costas para os policiais e não demonstrou nenhuma reação agressiva.
O investigador de polícia João Henrique Grandi Dutra confirmou que as imagens mostram a vítima de costas, com a arma abaixada, sem nenhuma reação.
Caso aconteceu em uma clínica na Avenida Independência, em Piracicaba
Edijan Del Santo/ EPTV
Funcionária diz que avisou PMs sobre segurança
Já uma funcionária da clínica disse em depoimento que avisou três PMs que entraram no local que o segurança estava nos fundos do estabelecimento.
Já os PMs afirmaram à Justiça que não receberam esse aviso.
Guarda morre baleado pela PM durante buscas a suspeito de furto em Piracicaba
Reprodução/EPTV
Defesa diz que houve legítima defesa
Em nota ao g1, um dos advogados dos réus, Alexandre Guerreiro, informou que a defesa entende que os policiais agiram em legítima defesa putativa, uma vez que havia um criminoso em fuga no telhado e o guarda estava no mesmo local, sem identificação e com arma em punho.
“Os policiais acreditavam que se tratava do criminoso”, finalizou.
Tenente da PM descreve ação na qual GCM foi baleado e morto por policiais militares
Viaturas da PM no local da ocorrência, em Piracicaba
Edijan Del Santo/ EPTV
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