Policiais do Garra/Dope, da Polícia Civil, fazem operação nesta sexta-feira (26) contra o PCC e o crime organizado na capital paulista.
Reprodução/TV Globo
A Polícia Civil de São Paulo realiza, na manhã desta sexta-feira (26), uma nova operação de combate ao crime organizado e à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
O principal objetivo da ação é prender os investigados pelo assassinato do ex-delegado-geral da Polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes.
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Fontes foi morto a tiros no último dia 15 de setembro, em Praia Grande, no litoral sul de São Paulo.
Um dos alvos da operação é um endereço localizado na Favela São Remo, na Zona Oeste da capital paulista. Viaturas estão em deslocamento para o local.
No total, as equipes do Garra/Dope cumprem seis mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão: “São mandados judiciais que são cumpridos na capital e no interior de São Paulo. Provavelmente haverá bastante gente presa nas próximas horas”, disse o delegado Tom Blumer, do Garra/Dope.
“Temos outra equipe aqui no Garra/Dope, através da equipe de intervenções estratégicas que está participando da força-tarefa da delegacia geral que está investigando do crime envolvendo o ex-delegado geral. As investigações estão avançadas. É uma grande força-tarefa que nos próximos dias também terá mais pessoas presas. Mais respostas a esse crime horrendo e violento”, completou.
Suspeito por morte de ex-delegado se entrega à polícia
A operação mobiliza mais de 20 viaturas, quatro delegados e cerca de 80 policiais. Uma força-tarefa também atua no litoral em razão da morte do ex-delegado.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, no fim de semana a operação será voltada ao combate aos crimes patrimoniais. A ação é coordenada por equipes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (GARRA) e do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE ).
8 suspeitos identificados
Humberto Alberto Gomes
Reprodução
Nesta quinta-feira (25), a Polícia identificou o oitavo suspeito de participação no assassinato de Ruy Ferraz. O novo identificado é Umberto Alberto Gomes, de 39 anos.
A polícia encontrou digitais dele numa segunda casa usada pelos criminosos em Mongaguá. A Justiça de São Paulo já tinha decretado a prisão temporária dele e ele está foragido. A defesa dele não foi localizada pela reportagem.
Até o momento, quatro pessoas foram presas e quatro investigados são procurados. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os laudos periciais ainda estão em elaboração.
Ruy foi morto a tiros em uma emboscada na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista.
Quem são os investigados
Suspeitos de participação da morte do ex-delegado-geral de SP
Divulgação/Polícia Civil
Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros;
Luis Antonio Rodrigues de Miranda (foragido) é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime;
Willian Silva Marques (preso e sem foto), dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime, se entregou à polícia no domingo (21);
Dahesly Oliveira Pires (presa) foi presa na quinta (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;
Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso nesta sexta (19);
Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, foi preso neste sábado (20) após se entregar à polícia em São Vicente, no litoral;
Umberto Alberto Gomes (foragido), de 38 anos, digitais dele foram encontradas numa segunda casa usada pelos criminosos em Mongaguá.
Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Além dos oito suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido “Azul” ou “Colorido”, teve algum envolvimento no caso (foto abaixo).
Ele é apontado como um dos chefes do PCC na Baixada Santista.
Fernando Gonçalves dos Santos, o “Azul” ou “Colorido”
Reprodução
Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte.
O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC.
A outra hipótese é a de que Ruy possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande.
O secretário da pasta da Segurança, Guilherme Derrite, disse à imprensa não ter dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado.
Isso é um fato. A motivação é que ainda está em aberto.
De acordo com Derrite, “a dúvida é se a execução foi motivada por combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta da atuação atual como secretario na Praia Grande”.
O que dizem as defesas
A defesa de William Silva Marques afirmou que permanece à inteira disposição da autoridade policial para prestar todos os esclarecimentos necessários no âmbito das investigações em curso e que havia sido agendado depoimento para o dia 18, mas a oitiva foi cancelada pela própria autoridade policial.
“É importante ressaltar que o proprietário não possui qualquer relação com os fatos investigados, tampouco qualquer intenção de se furtar aos esclarecimentos, colocando-se desde já à disposição para contribuir com a elucidação do ocorrido”, disse.
A defesa de Dahesly informou que não iria se pronunciar neste momento. Já as defesas dos outros suspeitos não foram localizadas pelo g1.
Ex-delegado dirigia carro da esposa quando foi executado, o dele estava sendo blindado
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