Polícia prende ‘Mentor de Barricadas’ e mais 14 em fase da Operação Contenção contra ferros-velhos do Comando Vermelho

A Polícia Civil do RJ prendeu, nesta terça-feira (18), Cosme Rogério Ferreira Dias, o Mentor de Barricadas, em mais uma fase da Operação Contenção, uma iniciativa permanente contra a expansão territorial do Comando Vermelho (CV). Além de Cosme, também são alvos ferros-velhos suspeitos de financiar e fornecer materiais usados na construção de barreiras em comunidades dominadas pela facção.
Até a última atualização desta reportagem, eram 15 presos, entre eles Mentor. Ele se apresentava como empresário do ramo da reciclagem, mas, segundo as investigações, chefiava o braço financeiro da organização, integrando as operações de lavagem de dinheiro e de apoio logístico ao tráfico.
Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) saíram para cumprir, ao todo, 41 mandados de prisão e 94 de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de R$ 217 milhões em bens e valores, e 8 ferros-velhos foram interditados. As diligências ocorrem no Rio, em São Paulo e em Minas Gerais.
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Sob disfarce da reciclagem
Segundo as investigações, os estabelecimentos funcionavam formalmente como empresas de reciclagem, mas eram usados para receptar materiais furtados — principalmente cobre — e lavar dinheiro do tráfico de drogas.
Parte desses recursos, aponta a polícia, era usada na instalação e manutenção de barricadas em comunidades da Zona Norte, da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana.
“Essa fase da Operação Contenção representa um golpe direto sobre o braço financeiro e econômico do Comando Vermelho, visando a asfixiar financeiramente a facção e restringir sua capacidade de domínio territorial”, afirmou o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi.
A apuração também identificou que os ferros-velhos tinham papel central na movimentação de valores ilícitos, usando empresas de fachada, movimentações bancárias simuladas e bens em nome de terceiros para ocultar o dinheiro do tráfico.
Polícia cumpre mandado na Operação Contenção
Divulgação/PCERJ
Bloqueios e sequestros
A Justiça determinou o bloqueio integral de valores e ativos financeiros dos suspeitos, além do sequestro de imóveis de luxo no Recreio dos Bandeirantes e de veículos de alto padrão. Sócios e responsáveis legais das empresas foram afastados compulsoriamente para impedir a continuidade das atividades.
As análises financeiras da DRF apontaram movimentação superior a R$ 217 milhões entre 2022 e 2024, valor considerado incompatível com as operações declaradas.
De acordo com a Polícia Civil, o esquema era dividido em quatro núcleos:
Comando: responsável por decisões estratégicas, financiamento das operações e coordenação do esquema;
Aporte financeiro: formado por “laranjas” e operadores que movimentavam o dinheiro em empresas de fachada;
Intermediário: composto por gerentes que repassavam ordens e organizavam a logística dos furtos;
Operacional: executores diretos, responsáveis pela subtração de cabos e transporte dos materiais furtados.

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