Pressionados, Israel e Hamas aceitam plano apresentado por Trump para o fim da guerra em Gaza
Reprodução/TV Globo
O que levou Israel e Hamas a aceitarem o plano de paz foi uma combinação de pressões de vários lados.
Donald Trump celebrou. Reuniu seu gabinete e anunciou que vai viajar para o Egito domingo (12) – ele quer estar lá pessoalmente – e garantiu que Gaza será reconstruída.
“Há tremenda riqueza naquela parte do mundo em alguns países”, disse ele.
O secretário-geral das Nações Unidas disse que o acordo é um avanço desesperadamente necessário. A ONU vai dar todo apoio, afirmou António Guterres.
O historiador Brian Williams, da Universidade de Massachusetts, disse que este pode ser o maior feito diplomático do governo Trump:
“Milhares de vidas foram perdidas. O povo de Israel e o povo de Gaza, ambos foram mantidos reféns por esta guerra. Então, se conseguirmos pôr fim aos conflitos, será um momento muito histórico”.
No dia 9 de setembro, o Exército de Israel bombardeou um bairro residencial da capital Doha. Os alvos eram os negociadores do Hamas. Mas o ataque matou civis e forças de segurança e levou o Catar a suspender as negociações. Para o professor, o bombardeio israelense aumentou a pressão sobre Netanyahu:
“Aquele ataque no Catar foi um divisor de águas. Enfureceu Trump, que se sentiu traído, e mobilizou os países árabes a forçar o Hamas a aceitar o acordo. Mas também isolou Benjamin Netanyahu diplomaticamente”.
Trump passou a agir em quatro frentes:
pressionou Netanyahu para se desculpar e aceitar o acordo;
pediu ao Catar para voltar à mesa de negociações;
fez ameaças públicas ao Hamas;
e contou com velhos aliados árabes para pressionar o grupo terrorista.
Mas não foi só isso. Nesse período, Israel intensificou a presença do Exército na cidade de Gaza, a mais populosa da região. E às vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas, diversos países passaram a reconhecer o Estado da Palestina, como forma de pressionar pela solução de dois Estados.
Em vídeo, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, garantiu que o Hamas não faria parte do futuro governo. No dia seguinte, o primeiro-ministro israelense discursou para uma assembleia esvaziada, que deixava claro o seu isolamento.
A pressão sobre Israel também veio de dentro. Uma pesquisa publicada na semana passada mostrou que dois terços dos israelenses querem o fim da guerra.
Antes de voltar para Israel, Netanyahu foi até a Casa Branca e concordou com o plano costurado por Donald Trump. O professor lembra que esse acordo é apenas o primeiro passo:
“Ainda não temos paz. O que temos é um acordo provisório, mas há extremistas de ambos os lados. Portanto, em ambos os lados, há elementos que podem destruir a paz e nos trazer de volta ao que tínhamos antes”.
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