Procurados por homicídio de vereador e filho em Caxias são investigados por execuções no Rio e na Baixada


Polícia prende suspeitos de matar vereador e filho; vídeo mostra execução
As investigações sobre as execuções do vereador Danilo do Mercado e seu filho em Duque de Caxias, em 2021, mostraram que integrantes de um grupo de extermínio que atuaram no crime são suspeitos de cometer homicídios na região e também na capital fluminense, entre 2020 e 2024.
“Se trata de um grupo de profissionais. Eles têm vinculação não só com homicídios praticados na baixada, mas também no Rio”, disse o promotor Bruno Bezerra, do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Entre os participantes deste grupo, segundo investigações da Polícia Civil e do Ministério Público, estão os PMs Leandro Machado Silva, conhecido como Machado, preso pela morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo; Allef Alves Bernardino , o Allef; e Luiz Carlos da Costa Ribeiro. Allef e Luiz Carlos foram presos na quinta-feira (11).
“Eles são investigados por outros crimes relacionados a outros homicídios, milícia privada, em uma estrutura de sicários (matadores de aluguel), explicou o delegado assistente da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Renato Martins.
Além deles, também é apontado como integrante da organização criminosa o barbeiro Uanderson Costa de Souza, o PQD, que também está foragido.
O crime aconteceu em 10 de março de 2021, no bairro Jardim Primavera, em Duque de Caxias. Danilo Francisco da Silva, o Danilo do Mercado, foi morto com o filho, Gabriel Francisco Gomes da Silva, ao sair de um restaurante.
Danilo Francisco da Silva, o Danilo do Mercado, e o filho, Gabriel da Silva
Reprodução
Os promotores apontam que os crimes estão ligados à disputa por poder político e econômico no município, além de negócios ilícitos e conflitos fundiários.
Na operação de quinta-feira, duas pessoas foram presas: Lincon Reis da Silva, suposto mandante dos assassinatos; e Luiz Carlos da Costa Ribeiro, apontado como executor. Segundo a denúncia do Gaeco do MPRJ, a vítima foi atraída para uma emboscada.
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Três pessoas envolvidas no crime estão foragidas:
Luis Henrique Torres, empresário: suposto mandante;
Uanderson Costa de Souza, o PQD, barbeiro: apontado como executor
Edson Nascimento e Charles Augusto Ponciano
Em 2020, Edson Nascimento da Silva e Charles Augusto Ponciano foram assassinados no mesmo dia no Bairro Jardim Anhangá, em Duque de Caxias, com meia hora de diferença entre os crimes.
Uma das vítimas teria envolvimento com traficantes, segundo as investigações. A outra foi morta por tentar alertá-la.
Segundo a Polícia Civil, um confronto balístico demonstrou que as mesmas armas usadas nos dois crimes também foram utilizadas para matar Danilo e o filho, Gabriel. Leandro, Allef, Luiz Carlos e Uanderson tiveram mandados de prisão expedidos por essas mortes em 2021.
“Eles foram devidamente reconhecidos por testemunhas e confronto balístico demonstrou que o disparo da vítima Gabriel teria partido da mesma arma de fogo utilizada nesses homicídios”, explicou o promotor Bruno Bezerra.
PQD, que saiu da cadeia em 2023, está foragido.
Machado foi preso por participação no crime em 2021, mas depois deixou o sistema prisional. Em 2024, voltaria a aparecer em casos de extrema violência ao ser preso nas investigações do assassinato de Rodrigo Marinho Crespo.
Tiago Barbosa
Carro de Thiago Barbosa foi atingido por mais de 80 disparos
Reprodução/TV Globo
No dia 15 de junho de 2022, o empresário Tiago Barbosa, conhecido como Tiago da X6, foi morto com mais de 80 tiros disparados contra o seu veículo. A execução aconteceu na Via Light esquina com Motel Vênus, no Bairro da Luz, em Nova Iguaçu, na Baixada da Fluminense
O veículo da vítima, um BMW vermelho, levou tiros em diversas partes do carro. Indícios de monitoramento de Tiago, como buscas pelo endereço de sua casa, foram encontrados no celular de Eduardo Sobreira.
Ele foi um dos presos pela morte de Rodrigo Marinho Crespo em 2024, e teria recebido o veículo alugado por Leandro Machado, também preso pelo crime.
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Segundo laudos de confronto balístico feitos pela Delegacia de Homicídios, uma mesma arma foi utilizada em diversas execuções:
O miliciano Marquinhos Catiri, em 2022, que era braço armado do bicheiro Bernardo Bello
Fernando Marcos Ferreira Ribeiro , que trabalhava para o grupo de Bernardo Bello, em 2023
Alex Sandro José da Silva, o Sandrinho, que era segurança de Catiri
O inspetor penitenciário Bruno Kilier Fernandes em 2023
O inspetor da Polícia Civil João Joel de Araújo, em Guaratiba, em 2022
Rodrigo Marinho Crespo
Operação mira matadores de aluguel suspeitos da execução de advogado em 2024
O advogado Rodrigo Marinho Crespo foi morto no Centro do Rio em fevereiro de 2024. O grupo responsável por monitorar e executar a vítima, segundo a Delegacia de Homicídios, foi comandado por Rafael do Nascimento Dutra, o Sem Alma.
Posteriormente, segundo a mesma delegacia, o novo chefe do grupo se tornou o PM Leandro Machado da Silva. Ele foi preso após se entregar na especializada.
Advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, morto a tiros no Rio.
Reprodução
Em abril de 2025, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca contra mais suspeitos de participar do assassinato de Crespo.
Uanderson Costa de Souza, também procurado pelas mortes de Danilo do Mercado, Gabriel e das duas vítimas em Duque de Caxias em 2020, foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão. Segundo a polícia, ele é suspeito de ter participado da execução da vítima.
Leandro Machado ao lado de Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como Sem Alma
Reprodução

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