Produtos da Amazônia passam a ter rota direta para a China via Porto de Santana, no Amapá


Porto de Santana deve receber investimentos de empresas chinesas
A primeira viagem da nova rota marítima entre o Porto de Santana (AP) e a região da Grande Baía, na China, está em andamento. A informação foi confirmada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que realizou visita à cidade chinesa de Zhuhai no último fim de semana.
A iniciativa busca acelerar o envio de produtos amazônicos ao mercado asiático, reduzir custos logísticos e fortalecer o comércio bilateral.
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A comitiva brasileira visitou o Porto de Gaolan, um dos principais terminais da região, e conheceu a sede da Plataforma Integrada de Serviços Econômicos e Comerciais Sino-Latino-Americana — projeto que facilita negócios entre empresas brasileiras e chinesas.
“A rota marítima reduz custos logísticos, diminui o tempo de transporte e fortalece o comércio bilateral. O primeiro navio tem previsão de chegar em breve ao Porto de Santana, o que confirma o progresso da iniciativa”, afirmou o ministro Waldez Góes.
O Porto de Gaolan, em operação há 20 anos, passou a oferecer a nova rota neste ano após o diálogo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, que intensificou as relações comerciais entre Brasil e China.
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Segundo o CEO da empresa Zhuhai Sino-Lac Amazônia, Marcius Nei Santos, o primeiro navio já saiu de Zhuhai e deve chegar ao Amapá ainda neste mês. Um segundo embarque está previsto para setembro.
“Nossa meta é que um navio saindo de Santana chegue a Zhuhai em 30 a 35 dias, o que é excepcional. Hoje, uma carga enviada pelos portos do Arco Norte leva de 90 a 180 dias para chegar à China”, explicou o executivo.
Delegação brasileira conheceu estrutura de armazéns na China
Bia Reis/MIDR
Canal Dourado, a conexão entre o Porto de Gaolan, na China, e os portos de Santana (AP) e Salvador (BA)
Divulgação/MIDR
A delegação brasileira também conheceu a estrutura da plataforma comercial em Zhuhai, que inclui armazéns refrigerados, áreas para congelados e carga seca. O espaço conta com dois prédios exclusivos para o Brasil, com capacidade para abrigar até 150 empresas brasileiras interessadas em atuar diretamente na China.
O ministro destacou que a parceria com a Província de Guangdong abre espaço para diversificar exportações brasileiras e reforça ações voltadas à bioeconomia, inovação e desenvolvimento regional.
Ainda segundo o MIDR, o novo corredor marítimo atende diretamente zonas estratégicas de produção agrícola e mineral, consolidando os portos de Santana e Salvador como hubs para o escoamento de produtos como soja, minério de ferro, carne bovina e celulose.
Oportunidade para o Amapá
Companhia Docas de Santana, Área Portuária de Santana, Porto de Santana, Amapá
Jorge Júnior/Rede Amazônica
Para o pesquisador Tiago Luedy, que é professor de relações internacionais da Universidade Federal do Amapá (Unifap), a nova rota é uma excelente oportunidade para o escoamento da produção de produtos regionais.
“Uma rota marítima direta com a China não só coloca o Amapá no radar da logística de carga do comércio internacional, como também representa um enorme potencial de desenvolvimento do nosso estado. Apurei que a operação inicial começa com um navio a cada dois meses, sendo que a frequência pode aumentar dependendo da demanda”, explicou Luedy.
Ainda segundo o pesquisador, o tarifaço imposto pelos EUA aos produtos brasileiros e chineses facilita o comércio entre a Ásia e a América do Sul.
“Com a nova rota, o tempo de viagem vai ser reduzido em 30 dias, o que dá uma redução de custo de viagem de cerca de 30%”, informou.
Brasil e China inauguram rota marítima direta com passagem pelo Porto de Santana
Acervo PMS
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