Estrutura de 30 mil metros quadradas será construída em Campinas (SP), e servirá de referência para futuras unidades no Brasil. Previsão é que primeiros modelos sejam entregues em três anos. Perspectiva artística do projeto que será instalado no CTI Renato Archer, em Campinas (SP), e no qual a Fiocruz irá desenvolver próteses cranianas personalizadas para o SUS
Reprodução
Campinas (SP) vai abrigar um centro dedicado exclusivamente à impressão 3D para a área da saúde. A primeira etapa prevê a produção de próteses cranianas e parafusos ortopédicos cranianos que prometem ampliar o atendimento de pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), oferecendo produtos pelo menos 10 vezes mais baratos que os importados encontrados atualmente.
Nesta quarta-feira (11) foi assinado o memorando de inteções entre Renato Rozental, médico pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e Juliana Daguano, diretora do Centro de Tecnologia da Informação (CTI) Renato Archer, onde a estrutura será instalada.
O projeto vai ocupar uma área de 30 mil metros quadrados, e nele estarão seis lotes de 3 mil metros quadrados, sendo que o primeiro será ocupado pela Fiocruz para a produção desses materiais. A verba para o primeiro módulo, de R$ 43 milhões, já foi obtida junto ao governo federal.
“O grande diferencial dessa iniciativa é que não é para daqui 20, 30 anos. É para colocar produto em cima da mesa, distribuindo para o SUS, e também ofertando a rede privada para pacientes que não podem arcar com os custos atuais”, explica Rozental.
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Segundo médico, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em média, cada prótese craniana de titânio adquirida fora do país custa R$ 200 mil. A expectativa é que a produto elaborado dentro do complexo no CTI Renato Archer custe entre R$ 15 mil e 20 mil.
Três anos para começar a operar📅
De acordo com Rozental, a expectativa, após a formalização do projeto, contando com o prazo de certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é que o primeiro módulo esteja em operação em três anos.
Os demais lotes também já possuem parceiros definidos, e a ideia do complexo é desenvolver soluções na área de saúde. Os nomes dos participantes serão divulgados a medida que os acordos forem firmados.
“Teremos outras linhas que vão fazer medicamentos ou outras necidades que o SUS, ou precisa por um preço mais acessíve, ou que hoje são inexistentes na rede pública de saúde”, afirma Rozental.
O modelo instalado em Campinas servirá como referência para outras unidades instaladas em outras regiões do Brasil,. que possa também atender demandas específicas de cada região. Apesar disso, a unidade em São Paulo irá produzir próteses cranianas para todo o país, afirma.
Expertise
O CTI Renato Archer é referência na área de impressões 3D. Foi em Campinas (SP) que foi desenvolvido um biomodelo de gêmeas siamesas antes da operação de separação, para auxiliar no procedimento cirúrgico.
Ao todo, o centro em Campinas já realizou cerca de 7 mil atendimentos, sendo as maiores aplicações moldes e impressões usadas em cirurgias craniofaciais.
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