Quase 20 mil vítimas das enchentes do ano passado no RS continuam na fila por moradia

Milhares de gaúchos ainda aguardam por moradia depois das enchentes do ano passado
Quase 20 mil pessoas que perderam a casa na pior enchente do Rio Grande do Sul, em maio do ano passado, ainda estão na fila por uma nova moradia.
Cláudia Martins da Silva viveu por quase 30 anos no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Ela teve que deixar o lar após a enchente e, hoje, mora de aluguel. Cláudia conta que até agora não conseguiu se beneficiar de nenhum programa habitacional.
“A minha casa está em análise, análise. Só vem aqui, tira foto e entra em análise. E não me dão resultado nenhum”, afirma a diarista.
Outros moradores da mesma rua também dizem que aguardam uma resposta.
Os programas habitacionais pretendem entregar casas para cerca de 25 mil pessoas. Desse total 19.400 ainda estão na fila. Apenas 5.700 foram contempladas, ou seja, menos de um quarto do total. Enquanto isso, algumas famílias seguem em moradias provisórias.
O “Compra Assistida”, do Governo Federal, é um dos programas. Nele, o governo dá um subsídio integral de R$ 200 mil, para que famílias de baixa renda comprem imóveis já prontos em qualquer cidade do Rio Grande do Sul.
O beneficiário escolhe o imóvel regularizado, dentro do limite. A Caixa Econômica Federal faz a vistoria, paga ao vendedor e transfere para o novo proprietário.
Segundo o secretário nacional de Habitação, Augusto Henrique Alves Rabelo, o programa analisa os dados de moradores que as prefeituras apresentam.
Além disso, o Governo Federal afirma que constrói novas moradias e que 7 mil obras já estão autorizadas.
“Não é que todas as famílias serão atingidas pelo ‘Compra Assistida’, especificamente, elas serão atingidas ou pelo ‘Compra Assistida’ ou pela construção de casas novas”, diz o secretário.
Já o governo do Rio Grande do Sul afirma que, através do programa “Porta de Entrada”, subsidiou o financiamento de 6.300 imóveis, com 500 já entregues.
O governo estadual paga R$ 20 mil como parte da entrada de imóvel usado; o restante, o candidato financia na Caixa ou em outros bancos.
O governo do estado também trabalha erguendo novas residências.
“Em 27 municípios em construção, perfazendo um total de 1.040 unidades”, disse o secretário estadual de Habitação e Regularização Fundiária, Carlos Gomes.
Os governos Federal e estadual atribuem a demora a fatores como a revisão de cadastros para evitar fraudes e a dificuldade de localizar terrenos ou residências adequados.
O Departamento Municipal de Habitação de Porto Alegre disse que o laudo da Cláudia foi aprovado e enviado ao Governo Federal, mas não está na lista por inconsistência no endereço. A pasta afirmou que ela deve ir ao Demhab com novos documentos.
Enquanto isso, a Fernanda começa uma vida nova em Canoas, em um apartamento que conseguiu pelo “Compra Assistida”.
“Quando eu consegui entrar nessa porta aqui, com a chave desse imóvel, de alguma forma foi um alívio”, afirmou a perita criminal, Fernanda Farias.
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