Filho de escrivã da Polícia Civil é morto durante operação da PF, em Belém
A Operação Eclesiastes da Polícia Federal realizada em Belém nesta quarta-feira (8) resultou na morte do filho de uma escrivã da Polícia Civil do Pará. Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos, estava com a mãe e o namorado dela, Marcelo Pantoja Rabelo – um dos presos durante a operação e suspeito de chefiar um grupo de extermínio.
Marcello Victor Carvalho de Araújo era filho da escrivã Ana Suellen Carvalho. O jovem era formado em educação física e trabalhava como auxiliar administrativo na Polícia Civil.
Marcello Araújo também era sobrinho-neto da promotora do Ministério Público do Pará (MPPA), Ana Maria Magalhães.
Pelas redes sociais, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Pará (Adepol) informou que se “solidariza com a escrivã de Polícia Civil, Ana Suellen Carvalho, pelo falecimento de seu filho, Marcello Victor Carvalho de Araújo”.
Marcello Victor Carvalho de Araújo estava com a mãe e o namorado dela, alvo da operação
Reprodução/Redes Sociais
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Segundo a tia do jovem, Ana Carolina Carvalho, o corpo de Marcello Araújo está na Polícia Científica do Pará. A tia informou que um perito da PF de Brasília virá para Belém para fazer a análise do corpo.
Os peritos da Polícia Científica do Pará vão acompanhar a análise e só depois disso o corpo será liberado para o velório e enterro.
Prisões
Os agentes federais cumpriram 19 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, além do sequestro de bens e valores que podem alcançar R$ 1,5 bilhão, conforme decisão da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.
Um dos 19 presos na operação era Marcelo Pantoja Rabelo, mais conhecido como “Marcelo da Sucata”. O suspeito estava em um apartamento junto com a namorada, a escrivã da Polícia Civil, e o filho dela, Marcello Victor Carvalho de Araújo, de 24 anos.
Marcelo Carvalho, de 24 anos, foi morto durante operação da Polícia Federal em Belém
Redes Sociais
Segundo a PF, durante a varredura do imóvel, o filho da escrivã “investiu contra um policial, desferindo um soco em seu rosto e tentando tomar-lhe a arma e que, diante da agressão e da iminência de novo ataque, foram efetuados disparos” contra o jovem.
A família do jovem contesta a versão da PF. Em depoimento, a tia do jovem, Ana Carolina Carvalho, relatou que os policiais arrombaram a porta do apartamento onde a vítima estava com a mãe e o namorado dela.
“Os policiais entraram no apartamento bastante alterados. O primeiro tiro atingiu meu sobrinho fora do quarto. Assustado, ele correu para dentro, e eles o seguiram, disparando novamente, e ele caiu”, disse.
As prisões e apreensões foram feitas em Belém, Ananindeua e municípios da região metropolitana. Na operação, foram apreendidos documentos, celulares, veículos de luxo e valores em espécie.
Filho de escrivã da Polícia Civil é morto durante operação da PF, em Belém
Operação Eclesiastes
A Polícia Federal revelou que a organização criminosa movimentou mais de R$ 1 bilhão em “um complexo esquema de ocultação de valores”.
Chamada “Eclesiastes”, a operação da PF tinha como objetivo desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico internacional de drogas e à lavagem de capitais.
De acordo com as investigações, o grupo utilizava embarcações pesqueiras para o transporte de drogas e contava com uma rede de colaboradores em vários estados do país.
A PF informou que um empresário paraense, já falecido, era apontado como principal responsável pela logística e pela movimentação financeira ilícita, que era realizada por meio de empresas de fachada e “laranjas”.
O grupo também é investigado por financiar garimpos ilegais e pela entrada irregular de ouro no país, demonstrando a interligação entre os crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e mineração ilícita.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, celulares, veículos de luxo e dinheiro em espécie.
Ascom/PF
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