‘Recebia a missão de roubar’, diz assaltante em depoimento; chefe do tráfico chega a ganhar até R$ 25 mil por carros e motos roubadas


Polícia faz operação contra chefes presos do Comando Vermelho
Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro mostram que os chefes da facção Comando Vermelho e do tráfico de drogas em comunidades ordenam roubos de veículos e dão guarda a criminosos após os crimes.
Um depoimento foi fundamental para a polícia desvendar a dinâmica dos crimes e da relação dos assaltantes com o tráfico. Em relato na 18ª DP (Praça da Bandeira), em 2024, um assaltante de uma favela na Zona Norte do Rio confessou que recebe ordens para roubar veículos nas ruas da cidade.
“Recebia a missão de roubar o carro e deixava na comunidade”, contou.
A partir dos relatos do criminoso e das investigações da Polícia Civil se conseguiu traçar o caminho que faz um veículo roubado na região da Grande Tijuca, na Zona Norte do Rio, até territórios dominados pelo Comando Vermelho.
Corolla, Barbosinha e Cocão
Reprodução/TV Globo
De acordo com as investigações, os veículos roubados fazem o seguinte caminho:
O receptador compra o veículo roubado do chefe do tráfico local e, com a placa clonada, tira o veículo da comunidade.
Por cada roubo, o assaltante contou que ganhava R$ 3 mil.
Após a clonagem, os veículos voltam ao mercado e são vendidos por valores que variam entre R$ 15 e 25 mil.
As investigações da polícia mostram que toda essa negociação que rende um faturamento extra ao Comando Vermelho só são possíveis porque contam com o auxílio dos chefes da facção e de seus representantes em cada comunidade.
“Iniciamos a investigação em 2024 e buscamos a identificação dos chefes da facção em cada uma das comunidades para onde iam os veículos roubados. A gente buscou a aplicação da teoria do domínio do fato justamente para trazer a responsabilização por esses crimes para que ela possa ir além do roubadores diretos e a gente possa atingir o comando da organização criminosa e possa responsabilizá-los por todos esses roubos”, afirmou o delegado Sandro Caldeira, da 53ª DP (Mesquita).
Imagens mostram roubos a motos com violência no Rio
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