Marcola, que precisa cumprir mais de 300 anos de prisão, disse ter tido uma boa relação com o ex-diretor porque havia o ajudado a controlar uma rebelião no Complexo Penitenciário de Taubaté em 2001 e era tratado como “filho”. Relação de Marcola com ex-diretor de presídio de SP é visto por integrante do PCC como ‘um tapa na cara do crime’
Durante o julgamento da morte do agente penitenciário Alex Belarmino Almeida Santos, entre os dias 2 e 9 de junho, o integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vida Loka ouviu uma conversa de Marcola – nº 1 da facção – com seu advogado.
Nela, Marcola pede que o defensor procure um antigo diretor de presídio para ser sua testemunha de defesa em um processo. Segundo o criminoso, a boa relação entre os dois existia porque ele havia ajudado a controlar uma rebelião no Complexo Penitenciário de Taubaté em 2001 e era tratado como “filho” pelo diretor (veja no vídeo acima).
Marcola tem mais de 300 anos de prisão por diversos crimes.
As declarações dele geraram revolta. Após ouvir a gravação, Vida Loka declarou que tais afirmações são um “tapa na cara do crime”, pois “bandido é bandido” e “polícia é polícia”.
Vida Loka e Andinho (Wanderson Nilton de Paula Lima, outro líder do PCC) buscaram explicações de Marcola, que inicialmente disse que o áudio era falso ou que as palavras foram tiradas de contexto.
No entanto, um exame técnico da gravação confirmou que era uma “gravação bruta” e que não havia sido manipulada. Diante da verdade, Vida Loka decretou: “Nós excluímos Marcola do mundo do crime”.
Aspas de Vida Loka sobre Marcola
Reprodução/TV Globo
A exclusão de Marcola, contudo, não foi unânime. Enquanto Vida Loka, Andinho e Soriano (outro nome de peso na facção) afirmam ter sido “decretados” (jurados de morte) por não aceitarem a manipulação, a maioria dos membros do PCC “na rua” ficou do lado de Marcola.
Marcola disse que estava sendo caluniado, e calúnia também é um crime dentro do mundo do crime.
A Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo não quis comentar as alegações de Marcola.
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