Roubo no Louvre: quem é a brasileira que fez vídeo e registrou os estrondos durante invasão ao museu francês


Brasileira grava vídeo no Louvre e mostra estrondo em sala onde ladrões roubara
Aline Lemos chegou à França no começo de outubro para realizar parte de seu doutorado em biotecnologia vegetal, pela Universidade do Estado do Norte Fluminense (Uenf/Campos). Ela contou que a ideia era aproveitar o domingo (19) para conhecer o Museu do Louvre, que fica no coração da França, mas, em poucos minutos de visitação, registrou, em vídeo, fortes estrondos. Era o momento da invasão ao museu mais visitado do mundo.
Joias do século 19, que valem mais de R$ 550 milhões, foram levadas. A moradora da cidade de Macaé, no Norte Fluminense, enviou vídeo ao g1, relatando o que viu e o que sentiu.
“Eu comprei com antecedência o meu ingresso para o primeiro horário, às 9h da manhã. Eu cheguei lá bem cedo para tentar ser uma das primeiras da fila. E assim que a entrada iniciou, pontualmente, eu me direcionei para o salão onde fica a obra da Mona Lisa”.
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Ela logo se impressionou com a beleza do Salão de Apolo, mudou o percurso que havia pensado e começou a gravar toda a arquitetura luxuosa. Em determinado momento do vídeo, ela capta alguns estrondos fortes. Sem entender o que estava acontecendo, a estudante interrompe a gravação.
“É o salão onde ficam as joias da realeza. E ele não estava no meu roteiro, só que é um salão muito bonito, muito ornamentado. E aí eu entrei e comecei a filmar as paredes, filmar o teto. E quando eu estava terminando de fazer o vídeo que eu queria, começaram as batidas, esses estrondos muito fortes na janela e o barulho da motosserra em sequência”, contou.
O que se sabe sobre o crime que fechou o museu mais visitado do mundo
De início, Aline pensou se tratar de alguma obra no local e percebeu que a funcionária do salão estranhou muito a movimentação.
“Como as batidas continuaram, assim, violentamente, e esse barulho da motosserra, ela mandou todo mundo sair correndo da sala e evacuar o local. E o vidro demorou a quebrar, então, nesse tempo que todos saíram do salão, a funcionária trancou as portas e a gente não conseguiu ver os ladrões entrando, e nem nenhuma movimentação. Foi só esses estrondos do barulho da invasão e logo a gente já foi encaminhado para evacuar todos os salões do museu.
A pesquisadora lembrou do momento de tensão e o que pensou na hora.
“O medo maior era ser uma questão de algum ataque, de bomba, porque a gente não fazia ideia do que estava acontecendo e nunca ia passar pela cabeça que era um roubo no Louvre em plena luz do dia!”, contou.
Aline relatou que 20 minutos depois, os funcionários autorizaram os visitantes a retornar para dentro do museu e continuar o passeio.
“Mas isso foi muito rápido. Foi o tempo de eu subir as escadas, voltar para a região que eu estava e eles mandaram a gente fazer uma segunda evacuação, e, dessa vez, definitiva. Então, todo mundo novamente voltou para esse salão principal da entrada. E a gente ficou lá aguardando os minutos até começarem a liberar as saídas. Liberaram primeiro as saídas principais e depois foram liberando algumas saídas de emergência secundárias para a multidão ir se espaçando. E foi por uma dessas saídas de emergência que eu consegui sair do subsolo e chegar ao lado das pirâmides”.
O roubo aconteceu por volta de 9h30 (4h30 no horário de Brasília). Ainda sem saber do que se tratava, do lado de fora, Aline contou que, assim que saiu, a movimentação estava normal, com turistas tirando fotos.
“Foi só quando a polícia começou a chegar nesse exterior que foi ordenada essa evacuação externa também. Nisso eu já tinha atravessado a rua, assim que eu saí já me encaminhei para fora dali. Só mais tarde, quando eu já estava em outro local, estava almoçando, me acalmando, que eu vi a notícia que se tratava realmente de um furto, com essas joias roubadas de lá”.
Aline agora torce para que tudo se resolva e ela possa voltar para conhecer o famoso Museu do Louvre. Ela segue na França até o fim de janeiro.
“Os franceses aqui estão bem tristes com a situação. Vários deles tinham um valor sentimental com essas joias, que fazem parte da história deles. E eu espero conseguir voltar para o Louvre, porque eu não tive nem 30 minutos lá apreciando as obras. Foi tudo muito rápido, eu só tirei minha foto com a Mona Lisa, então eu pretendo voltar lá durante a minha estadia aqui na França, para conseguir apreciar um pouco mais e aproveitar esse local que é tão bonito e tem tanta história lá dentro”, comentou a estudante.
Aline Lemos, moradora de Macaé, conta o que pôde presenciar enquanto fazia vídeo dentro do Museu do Louvre, que teve joias roubadas no último domingo
Aline Lemos/Arquivo pessoal

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