A Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre confirmou, na manhã desta quarta-feira (8), o primeiro caso no estado de intoxicação por metanol após consumo de destinado. De acordo com o secretário de saúde, Fernando Ritter, é de um homem que teria consumido caipirinhas em São Paulo e voltou ao RS.
🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
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Em nível nacional, o Ministério da Saúde contabiliza 17 casos confirmados de intoxicação por metanol e 217 notificações relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Duas mortes foram confirmadas em São Paulo, e outras 12 seguem em investigação.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) concluiu o exame relacionado ao primeiro caso suspeito de intoxicação por metanol em Porto Alegre, divulgado no último sábado (4). Segundo o resultado, não foi detectada a presença da substância tóxica nem na amostra da bebida ingerida (uma cachaça) nem no sangue do paciente. Com isso, o caso foi oficialmente descartado pela Secretaria Estadual da Saúde.
A análise do primeiro caso suspeito em Porto Alegre foi realizada após o homem de 38 anos ser internado com suspeita de intoxicação por metanol, após consumir cachaça. Ele já havia recebido alta hospitalar.
Um segundo exame será feito pelo Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS), conforme anunciado pela Secretaria Estadual da Saúde. No entanto, com o resultado negativo do IGP, o caso deixa de ser considerado suspeito.
Há, ainda, um caso em investigação em Porto Alegre: o de um homem de 23 anos que apresentou sintomas como cefaleia, náuseas, mal-estar e dor abdominal após ingerir vinho em grande quantidade. Os exames laboratoriais iniciais não apresentaram alterações significativas.
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Medidas para casos suspeitos
A Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul anunciou, na tarde de segunda-feira (6), uma série de medidas para reforçar o atendimento a pacientes que apresentarem sintomas de intoxicação por metanol. A decisão foi tomada durante reunião entre órgãos de saúde do estado.
Entre as ações definidas está a realização de exames específicos para detectar a presença da substância tóxica. Os testes serão feitos no Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT/RS), com início previsto para esta terça-feira (7). A expectativa é que os primeiros exames possam ser realizados já na próxima semana.
Durante o encontro, o governo também iniciou um levantamento para identificar quais unidades de saúde possuem etanol farmacêutico, substância utilizada como antídoto contra os efeitos do metanol. Além disso, foram estabelecidos protocolos para facilitar a identificação de possíveis casos de intoxicação.
A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, afirmou que uma nota técnica será enviada às redes de saúde com orientações sobre o encaminhamento de pacientes suspeitos, procedimentos de notificação e o papel da vigilância sanitária municipal e dos órgãos de segurança.
Comitê intersecretarial
O governo do Rio Grande do Sul anunciou na sexta-feira (3) a formação de um comitê intersecretarial para acompanhar de forma rigorosa possíveis ocorrências de bebidas alcoólicas contaminadas com metanol no estado.
A iniciativa foi determinada pelo governador Eduardo Leite e envolve as secretarias estaduais da Saúde, Segurança Pública e Agricultura.
O grupo contará com a participação de órgãos como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a Polícia Civil, a Brigada Militar e o Instituto-Geral de Perícias (IGP).
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
Se não receber tratamento médico, quadro de pessoa intoxicada por metanol pode se agravar tragicamente em 48 horas
Jornal Nacional/ Reprodução
Intoxicação por metanol no estado
TV Globo/Reprodução
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