O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta quarta-feira (3) que o presidente Donald Trump vai travar uma “guerra contra o narcoterrorismo”. Ele disse ainda que outros barcos serão “explodidos” na região do Caribe.
Rubio comentava o ataque conduzido por militares americanos contra uma embarcação no Caribe, na terça-feira (2). Segundo Trump, o barco era da gangue venezuelana Tren de Aragua e seguia em direção aos Estados Unidos carregado com drogas. Onze pessoas morreram.
O secretário declarou que interceptar embarcações com drogas “não funciona”, mas que ações para explodi-las vão deter o tráfico. Ainda segundo Rubio, Trump tem o direito de “eliminar” essas ameaças.
“Se você estiver em um barco cheio de cocaína ou fentanil, é uma ameaça imediata aos Estados Unidos”, afirmou. “Grupos que usam rotas marítimas não poderão continuar a agir com impunidade.”
Ao se referir ao ataque de terça-feira, Rubio disse que bombardeios vão “acontecer de novo”.
Crise no Caribe
O governo norte-americano enviou navios de guerra, um submarino e aviões de vigilância para o sul do Caribe. A Casa Branca afirma que a operação tem como objetivo combater o tráfico de drogas. Por outro lado, há indícios de que os EUA também estejam mirando o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Na terça-feira, Trump comemorou o ataque dos EUA contra uma embarcação. Ao divulgar um vídeo da ação, o presidente disse que Maduro contra a gangue Tren de Aragua, que é considerada uma organização terrorista pelo governo norte-americano.
“Que isso sirva de aviso a qualquer pessoa que sequer pense em trazer drogas para os Estados Unidos da América. Cuidado!”, publicou na Truth Social.
Além do Tren de Aragua, os EUA também acusam Maduro de chefiar o Cartel de los Soles — afirmação contestada, em parte, por analistas. Especialistas afirmam que o grupo não tem uma hierarquia única, mas funciona como uma “rede de redes” que facilita e lucra com o tráfico de drogas, reunindo militares de diferentes patentes e setores políticos da Venezuela.
Mesmo sem ser o líder, Maduro é apontado como um dos principais beneficiários de uma “governança criminal híbrida” que ajudou a instalar no país.