Ex-integrante da máfia italiana conta como acontecem fraudes no pôquer
O ex-integrante da máfia italiana Louis Ferrante conhece de perto o submundo do crime, e afirma que não é novidade o envolvimento da máfia nos esportes. Por dez anos, ele fez parte da Cosa Nostra, uma das organizações mafiosas mais antigas e temidas do mundo.
“Eles sabem muito bem como usar as pessoas a seu favor”, disse em entrevista exclusiva ao Fantástico.
“Há mais de cem anos a máfia se infiltra em competições. Ela usa os atletas para garantir que os resultados coincidam com suas apostas.”
As palavras de Ferrante explicam o escândalo revelado nesta semana nos Estados Unidos. O FBI prendeu ao menos 30 pessoas suspeitas de integrar um esquema de manipulação de apostas esportivas e fraudes em partidas milionárias de pôquer.
Entre os detidos estão nomes da NBA, a liga americana de basquete, como o jogador Terry Rozier, do Miami Heat, e o técnico do Portland Trail Blazers, Chauncey Billups. A investigação apontou que o grupo, com apoio de famílias mafiosas, lucrava milhões de dólares com apostas combinadas e truques tecnológicos dignos de filmes de Hollywood.
O esquema incluía câmeras escondidas em luminárias, mesas com raio X e até óculos desenvolvidos para identificar marcas invisíveis nas cartas dos adversários. Assim, os golpistas conseguiam prever jogadas e manipular resultados em tempo real.
A quadrilha também atraía jogadores amadores com promessas de ganhos rápidos, enquanto direcionava as apostas para favorecer os fraudadores. O diretor do FBI afirmou que o caso envolvia membros de famílias mafiosas tradicionais.
No Brasil, o pôquer também se tornou alvo de atenção. O jogador profissional Rafael Moraes explicou que as competições oficiais seguem protocolos rígidos de segurança: “Pouquíssimas pessoas têm acesso aos baralhos e fichas. Há câmeras em todas as mesas e um processo de embaralhamento manual obrigatório.” Mesmo assim, ele reconhece: onde há dinheiro e competição, há tentativas de trapaça.
Veja a reportagem completa no Fantástico
Os truques de quadrilha que manipulava jogos de pôquer nos EUA