Santos compra antídoto para metanol e se prepara para possíveis intoxicações químicas; entenda


Metanol em bebidas: só teste de laboratório pode detectar
A Prefeitura de Santos, no litoral paulista, informou que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) comprou, de forma emergencial, ampolas de álcool absoluto injetável, usado como antídoto para intoxicação por metanol. Apesar da medida, não há casos suspeitos na cidade.
Segundo a administração municipal, a compra foi feita para garantir o insumo em estoque diante dos últimos casos registrados no país. A quantidade adquirida não foi divulgada.
🔍 O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos, é altamente perigoso quando ingerido. Inicialmente, ataca o fígado, que o transforma em substâncias tóxicas que comprometem a medula, o cérebro e o nervo óptico, podendo causar cegueira, coma e até morte. Também pode provocar insuficiência pulmonar e renal.
Segundo a prefeitura, a medida foi tomada devido à urgência em ter o insumo em estoque para eventuais casos de contaminação. No entanto, não foi divulgada a quantidade de antídotos comprados pela administração municipal.
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Santos chegou a investigar um caso suspeito, mas exames descartaram a presença de metanol no organismo do paciente, que apresentou melhora clínica e recebeu alta. A situação foi comunicada ao Governo de São Paulo e ao Ministério da Saúde.
“Estamos em um momento de alerta nacional. O antídoto será disponibilizado aos serviços de saúde quando necessário para reverter o mais breve possível um caso de intoxicação por metanol e salvar vidas”, disse o secretário de Saúde de Santos, Fábio Lopez.
Entenda como funcionam os antídotos para intoxicação de etanol
Em casos de intoxicação por metanol, os sintomas iniciais incluem náuseas, vômitos, dor de cabeça e tontura. Entre 8 e 24 horas após a ingestão, pode ocorrer acidose metabólica grave, uma condição crítica que pode levar ao coma e à morte se não houver intervenção rápida com o antídoto adequado.
Outro sinal importante é a presença de alterações visuais, como visão turva ou perda parcial da visão. Esse quadro pode evoluir rapidamente e exige atenção médica imediata.
A Prefeitura de Santos informou que todos os serviços de saúde da cidade, públicos e privados, foram orientados a notificar imediatamente casos suspeitos de intoxicação por metanol à Seção de Vigilância Epidemiológica, conforme norma do Ministério da Saúde.
Denúncias sobre bebidas adulteradas podem ser feitas:
Telefone: 162 (segunda a sexta, das 7h às 18h30)
Online: no site da Ouvidoria Municipal
Presencial: Paço Municipal (segunda a sexta, das 10h às 16h)
Prefeitura de Santos anuncia compra de antídoto para reverter intoxicação por metanol
Divulgação
Casos na região
Duas moradoras da Baixada Santista chegaram a ser internadas com suspeita de intoxicação por metanol, uma em Cubatão e outra em São Vicente.
A paciente de São Vicente, de 31 anos, estava em estado estável e, segundo a prefeitura, recebeu alta no sábado (4). “Ela continuará a ser acompanhada pelas equipes de saúde da cidade… Os exames laboratoriais foram enviados à Instituição Adolf Lutz e ainda estão em processo de análise”.
Em Cubatão, a paciente foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas, ainda foi divulgada uma atualização do quadro clínico da mulher de 36 anos, que deu entrada no Pronto-Socorro Central convulsionando e em estado de coma alcoólico, e depois foi transferida para o Hospital Municipal.
Casos no estado de SP
Infográfico: o impacto do metanol no corpo humano.
Arte/g1
O estado de São Paulo tem 14 casos confirmados de intoxicação por metanol e 178 em investigação, de acordo com balanço divulgado pelo governo no início da tarde desta segunda-feira (6). Também foram confirmadas duas mortes e outras sete estão em investigação.
Os números foram repassados durante coletiva de imprensa após reunião do gabinete de crise, que envolve várias secretarias, no Palácio dos Bandeirantes.
Na entrevista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que o problema de intoxicação por metanol é antigo e estrutural.
“Tem um problema aí que é estrutural, é um problema brasileiro, não é de hoje para quem tem um pouco mais de estrada. Quem lembra há 30 anos mais ou menos na década de 90. Acho que em 1990 a gente teve um caso semelhante na Bahia, né? Nós tivemos aí quase 20 óbitos, né? Por consumo de bebida adulterada com metanol. Então é algo recorrente, é algo que vem acontecendo”, disse.
Casos de intoxicação por metanol impactam setores de bares e eventos
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

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