STJ nega pedido da Defensoria do AM para suspender uso de explosivos contra balsas no Rio Madeira


Em julho, Operação KampôOperação destruiu 16 dragas de garimpo ilegal encontradas em três rios no interior do AM
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou um pedido da Defensoria Pública do Estado do Amazonas para proibir a Polícia Federal de usar explosivos na destruição de balsas de garimpo no Rio Madeira, especialmente na região de Humaitá. A decisão foi tomada pelo ministro Francisco Falcão na segunda-feira (8).
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A Defensoria alegava que as operações da União são “desproporcionais, irrazoáveis e ineficientes”, causando danos irreversíveis às comunidades ribeirinhas, como perda de moradia, insegurança alimentar e desestruturação social. Segundo o órgão, balsas de pequeno porte utilizadas por extrativistas foram destruídas sem que os moradores tivessem tempo de retirar os pertences.
No pedido, a Defensoria argumenta que o uso de explosivos transforma a região em uma “zona de guerra” e fere direitos fundamentais, como moradia e devido processo legal. O órgão sugeriu que o Estado do Amazonas, em conjunto com a União, apresentasse um plano de ação com prazos e etapas para enfrentar a mineração ilegal sem afetar a subsistência das famílias.
Também pediu multa de R$ 1 milhão em caso de descumprimento da ordem judicial, além de abertura de processos administrativos antes da destruição de embarcações.
Ao analisar o caso, o ministro Francisco Falcão afirmou que não há provas suficientes para demonstrar a ilegalidade ou abuso nas operações do Ministério da Justiça e da Polícia Federal. “O próprio impetrante reconhece a imensa complexidade da causa e a relevância do assunto, o que torna necessário a análise mais profunda da situação”, destacou.
O relator também ressaltou que o pedido da Defensoria se confunde com o mérito do processo, o que impede decisão em caráter liminar. Com isso, a medida de urgência foi negada.
O processo segue em tramitação na Primeira Seção do STJ. Foram notificadas as autoridades apontadas como responsáveis: o ministro da Justiça e Segurança Pública, o secretário de Segurança Pública do Amazonas e o superintendente da Polícia Federal no estado. A Advocacia-Geral da União também foi chamada a se manifestar.
Draga usada no garimpo ilegal é destruída em ação no entorno de estação ecológica no Amazonas
Arquivo/ICMBio

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