
Amigos de jovem que morreu em acidente de moto no AC prestam última homenagem em enterro
“Meu filho era muito paciente, muito tranquilo, as crianças amavam ele. Onde ele chegava, ele contagiava”.
Menos de uma semana após a morte de Vitor Bruno Gomes Barbosa, de 21 anos, em um acidente de trânsito em Epitaciolândia, no interior do estado, a empresária Anivani Gomes, de 46 anos, decidiu conversar com o g1 para contar a história do filho que descreve como um jovem esforçado, trabalhador e apaixonado por motos.
Criado com a mãe e a avó, Vitor morreu após bater a moto em que pilotava contra o meio-fio e atingir um poste na Avenida Santos Dumont, no Centro de Epitaciolândia, na noite do último domingo (19).
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À reportagem, Anivani lamentou que as pessoas estejam atribuindo a Vitor crimes e relação com facções criminosas. Inclusive, em meio ao luto, a mãe decidiu ir à Polícia Civil e pedir um documento para provar que o jovem não tem antecedentes criminais.
“Ele nunca se envolveu com coisa errada, não é de facção. Já tenho aqui um ‘nada consta’, e um BO que eu registrei lá na delegacia de Brasiléia mesmo. O Vitor Bruno tem ficha limpa na polícia, sempre trabalhou, desde os 14 anos me ajudava nas vendas e depois entrou no exército e serviu até dezembro do ano passado”, contou ela.
A mãe do jovem contou que após servir ao Exército, o filho trabalhou em uma empresa terceirizada que prestava serviço no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into-AC) e havia saído há apenas um mês para trabalhar no próprio negócio, sonho que nutria desde mais novo. “Ele tinha paixão por moto. Ele pedia peça de moto, revendia e consertava”, disse.
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Anivani criou o filho sozinha e o define como um rapaz do bem e trabalhador
Arquivo pessoal
Ela reiterou que o filho, por ter tatuagem e gostar de motocicleta, teve a imagem ‘manchada’ sem poder se defender por conta das acusações de que ele integrava facções criminosas, bem como de que teria adulterado a moto.
Anivani comentou ainda que irá processar possíveis envolvidos que considera ter difamado o filho.
“Quem conhece o Vitor, a minha família, [sabe que] vivemos em um lar cristão. Somos pessoas do bem. Se a gente não pode ajudar, não podemos atrapalhar a vida de ninguém. Meu filho não usava droga e ele sempre dizia: ‘mãe, eu nunca vou lhe decepcionar, a senhora é a minha rainha’ “, complementou.
Vitor cumpriu o serviço militar por um ano no AC
Arquivo pessoal
Acidente
Segundo a mãe, o jovem, que morava em Rio Branco, viajou para Brasiléia para tirar a carteira de habilitação (CNH), já que ele havia descoberto que o processo na cidade era mais barato que na capital. Ele também aproveitou para passar um tempo com a namorada, que vive no município.
Contestada sobre o filho estar dirigindo a moto sem habilitação, ela explicou que se arrepende de ter cedido aos pedidos do rapaz, que usava a moto para ir trabalhar.
“Eu não ia nem tirar essa moto para ele agora, só que ele disse: ‘não, mãe, tire a moto pra eu ficar indo pro trabalho, tô indo de ônibus e fico 40 minutos na parada do ônibus’. E aí, sou mãe, sabe como é. Ele é meu filho único, não soube dizer não”, lamentou.
Vitor Bruno Gomes Barbosa morreu em acidente de moto no último domingo (19)
Arquivo pessoal
Homenagens
Como era apaixonado por motos, Vitor fazia parte de uma turma de motociclistas que se reuniam periodicamente. Anivani contou que os colegas desse grupo foram de Rio Branco a Brasiléia para prestar a última homenagem ao jovem. (Veja no início desta reportagem)
“Eles amam motos, dão ‘rolês’ juntos. Os amigos dele do Into também foram lá no velório e falaram o quanto ele era prestativo, que gostava de ajudar. O Vitor era um menino do bem, de luz e não tinha problema com ninguém, mas infelizmente aconteceu essa fatalidade”, disse.
A mãe indicou que sua recuperação será lenta e difícil, já que ela era muito próxima do filho único.
“Ele não prejudicava ninguém. O único erro dele foi dirigir sem CNH, mas infelizmente não somos perfeitos, cometemos erros […] eu ainda estou muito abalada, estou tomando remédio para poder suportar essa dor, porque Vitor era filho único. Só Deus sabe o que eu estou vivendo”, declarou ela.
Mãe de Vitor deseja que a história do filho não seja prejudicada
Arquivo pessoal
VÍDEOS: g1