Trabalho por amor: aposentados contam como continuar trabalhando mudou a realidade em MT


Experiência e combate ao etarismo no mercado de trabalho após os 60
Empreender, aprender e contribuir com mais de 60 anos já é uma realidade no Brasil. O que antes era visto como uma história de superação, hoje é um cotidiano que revela que a idade não define limites, mas oportunidades.
Pessoas acima de 60 anos acompanharam diversas evoluções na tecnologia, infraestrutura de cidades e transportes. Essa experiência se transforma em uma carreira sólida e concreta, o que ue dificulta ainda mais a decisão de sair do emprego.
A experiência torna as pessoas extremamente importantes nas empresas e negócios e abandonar isso, às vezes, é abandonar um pouco de si. É o caso da gerente de marketing e comunicação, Márcia Torezan. Ela trabalhou a vida toda e ainda não sente vontade, ou sentido, em se aposentar.
“Minha aposentadoria não me caiu bem. Eu não me via aposentada e não me vejo ainda. Sempre fui muito dinâmica e não quero parar. Para mim é um prazer juntar maturidade e trabalho. Recomendo que as pessoas que estão pensando, mas não se sentem encorajadas, busquem uma forma de se requalificar, pois isso traz saúde”, comentou.
Márcia Torezan, gerente de marketing e comunicação.
TVCA/ Reprodução
A artista visual, Mari Gemma de La Cruz, trabalhou durante três décadas como farmacêutica industrial, professora universitária e servidora pública na área da saúde. Para ela, a aposentadoria veio como uma forma de reinvenção.
Conforme foi chegando próximo da idade de aposentar, ela foi atrás de alguns cursos profissionalizantes oferecidos pelo estado. “Eu gosto de trabalhar. Gosto de sentir que você está fazendo diferença na região”, ressaltou.
Mari Gemma de La Cruz, artista visual.
TVCA/ Reprodução
Mas por que as pessoas trabalham após aposentarem?
A pesquisa “Empreendedorismo prateado” desenvolvida pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), traçou o perfil das pessoas que trabalham e empreendem após os 60 anos. A média de idade entre os entrevistados era de 63 anos. O estudo provou que:
53% trabalham por necessidade;
47% trabalham para se manter ativos.
O estudo também aponta que os empreendedores da terceira idade possuem muito interesse em adquirir habilidades e conhecimentos tecnológicos. Os maiores interesses estão em marketing digital, gestão financeira e tecnologia e inovação.
Além de auxiliar no ensino destas habilidades, o SEBRAE também oferece consultoria na realização do plano de negócios para novos empreendedores. Gilson Iwasaki, gerente técnico de negócios diz que:
“O SEBRAE possui todo um trabalho para desenvolver, ajudar a realizar um plano de negócio. É importante pensar justamente no passo a passo para se abrir uma empresa e analisar, juntos, a viabilidade”, comentou.
Etarismo no mercado de trabalho
Apesar da vontade de se manter na ativa, uma das maiores dificuldades encontradas para pessoas da terceira idade é lidar com o etarismo no mercado.
Etarismo é o preconceito ou discriminação com base na idade. Isso acontece quando alguém é julgado, excluído ou desvalorizado por ser velho demais. É aquela ideia de que só porque uma pessoa tem certa idade, ela não é capaz, não entende ou não serve para estar em determinado ambiente.
O advogado trabalhista Yan Evangelista afirma que a discriminação pode se manifestar de vários jeitos.
“A primeira atitude é registrar um boletim de ocorrência, fazer uma denúncia no Ministério Público do Trabalho, o MPT. Consequentemente, é importante procurar um advogado para ajuizar uma ação contra aquela empresa, reunindo provas, testemunhas, para garantir a integralidade material das provas”, orientou.
Ela pode vir de um superior ou de um colega de trabalho e pode ser acompanhado de piadas, isolamento do trabalhador dentro do ambiente de trabalho ou situações constrangedoras.

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