Veja quem são os pernambucanos investigados na ‘máfia dos concursos’, que cobrava até R$ 500 mil por cargo


Como era o esquema familiar que cobrava até R$ 500 mil por cargo público
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na quinta-feira (2), uma operação que revelou um esquema de fraudes em concursos públicos. A quadrilha, que cobrava até R$ 500 mil por vaga, atuava como uma espécie de empresa familiar e contava com o apoio de terceiros para burlar as regras dos certames (veja vídeo acima).
Entre os três mandados de prisão preventiva cumpridos, dois foram em Pernambuco e um foi em Patos, no Sertão da Paraíba, município apontado como base do grupo. Os pernambucanos Laís Giselly Nunes de Araújo e Luiz Paulo Silva dos Santos são dois dos investigados.
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A organização usava tecnologia para burlar os sistemas de segurança das bancas, incluindo dublês, pontos eletrônicos implantados cirurgicamente e comunicação em tempo real durante as provas.
Segundo a PF, as fraudes alcançaram concursos da Polícia Federal, Caixa Econômica Federal, polícias Civil e Militar, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Banco do Brasil e até o Concurso Nacional Unificado (CNU).
De acordo com o relatório da PF, o grupo seria chefiado por Wanderlan Limeira de Sousa, ex-policial militar expulso da corporação em 2021. Além dos pernambucanos, seis pessoas de uma mesma família e outros dois integrantes estão sendo alvos de investigação.
Veja, abaixo, quem são os pernambucanos investigados:
Quem são os investigados em Pernambuco por fraudes em concursos públicos
Juan Silva e Dhara Pereira/ g1
Laís Giselly Nunes de Araújo
TCE-PE suspende concurso público após suspeita de fraude
Natural do Recife, Laís Giselly Nunes de Araújo é suspeita de envolvimento em 14 fraudes em concursos públicos, segundo a investigação. Entre eles, está o concurso do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE), que suspendeu, nesta semana, o resultado de um certame em que ela foi aprovada (veja vídeo acima).
Na lista de aprovados, Laís aparece em quinto lugar para o cargo de auditora de controle externo em tecnologia da informação, com 67 pontos na prova objetiva.
Formada em direito e registro ativo na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Laís foi aprovada pela primeira vez em um concurso público em 2014, para a Autarquia Municipal de Trânsito de Ipojuca, no Grande Recife.
Desde então, foi aprovada em concursos do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), prefeitura do Recife, Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), prefeitura de Campina Grande (PB) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Laís também é apontada como companheira de Thyago José de Andrade, conhecido por “Negão”, investigado por negociar valores e por lavagem de dinheiro na organização.
Em nota, defesa de Laís informou que ela “sempre foi estudiosa” e que “não pode receber da mídia a condenação de fraudulenta, antes mesmo do trânsito em julgado do processo”, já que a fase de investigação ainda não foi finalizada.
Luiz Paulo Silva dos Santos
Natural do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, Luiz Paulo Silva dos Santos é outro pernambucano investigado por suspeita de participação no esquema de fraudes. Conforme as investigações, ele é suspeito de fraudar mais de 67 concursos públicos.
Entre eles, está o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024, ano em que foi aprovado para o cargo de para o cargo de auditor fiscal do trabalho com gabarito quase idêntico ao de Wanderlan Limeira, ex-policial que chefia o grupo.
Apesar da aprovação, Luiz Paulo não compareceu ao curso de formação para a carreira de auditor fiscal do trabalho, realizado em Brasília entre março e maio de 2025.
De acordo com as investigações, ele também teria vínculos familiares em Patos, cidade apontada como base da organização criminosa.
O g1 tenta contato com a defesa de Luiz.
Máfia dos concursos
Juan Silva e Dhara Pereira/ g1
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