Segurança do Palmeiras é vítima de injúria racial em Mirassol
O vice-prefeito de São José do Rio Preto (SP), Fábio Marcondes (PL), foi indiciado por injúria racial pela Polícia Civil, acusado de pronunciar a palavra “macaco” contra um segurança do Palmeiras. O caso ocorreu após uma partida de futebol, em Mirassol (SP), em fevereiro de 2025.
A TV TEM pediu um posicionamento para as defesas de Fábio Marcondes e do Palmeiras, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
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O inquérito policial foi concluído pelo delegado Gustavo Oliveira e comunicado ao vice-prefeito nesta quarta-feira (30). O documento, que foi obtido com exclusividade pela TV TEM, detalha o áudio do vídeo, feito por uma equipe de reportagem da emissora, que registrou a briga.
Na imagem, Marcondes aparece xingando o funcionário de “lixo”. Na sequência, quando o vice-prefeito está de costas para a câmera, é possível ouvir um grito. Imediatamente, um dos seguranças diz: “Racismo, não”. Assista ao vídeo acima.
Agora, a polícia vai remeter o inquérito para o Ministério Público, que deve decidir se oferece ou não a denúncia à Justiça contra o vice-prefeito.
Após o caso, em meio às investigações, Fábio Marcondes se licenciou do cargo de vice-prefeito por três vezes, além de pedir exoneração do cargo de secretário de Obras. Em maio, o vice reassumiu a secretaria.
Vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes (PL), é investigado por injúria racial após xingar segurança do Palmeiras
Reprodução/TV Globo
Laudos da polícia
No começo das investigações, um primeiro laudo, feito pelo Instituto de Criminalística de São Paulo para determinar exatamente o que foi dito por Marcondes, apurou que a frase do vice-prefeito foi “paca”.
De acordo com a análise pericial anexada ao inquérito, feita pela perita Tatiana de Souza Machado, o vocábulo “véa” ou “véio” aparece duas vezes.
Em maio, porém, a Polícia Civil de Rio Preto solicitou ao instituto um novo exame complementar como contraprova. Na requisição, a polícia aponta que, foneticamente, as palavras supostamente de cunho racista são audíveis.
Em conformidade ao primeiro laudo, a nova perícia a pedido da polícia manteve a conclusão de que Marcondes não falou termos racistas. O laudo complementar foi realizado pela mesma perita.
No mesmo dia em que o novo resultado foi divulgado, o delegado que conduzia a investigação e solicitou a contraprova, Antônio Nascimento, foi transferido para Fernandópolis (SP). A mudança foi oficializada por meio de uma portaria e a justificativa é que seria por questões administrativas.
Laudo particular do Palmeiras
Laudo do Centro de Perícia de Curitiba indica que vice-prefeito de Rio Preto (SP) disse termo racista
Divulgação
Antes do resultado do laudo complementar, o Palmeiras também pediu um laudo pericial particular para analisar o vídeo. O documento indicou que o vice-prefeito pronunciou a palavra “macaco” contra o segurança.
Na análise do instituto, a perícia fez uma transcrição fonética e comprovou que o vídeo não sofreu edição que alterasse a fala de Fábio Marcondes.
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