Vendedor viraliza ao faturar mais de R$ 2 mil com café em semáforo em Vila Velha
Um copo de café de garrafa quentinho, simples e barato, virou sinônimo de recomeço para Sanderley Rosário, conhecido como “Café Chefe”, em Vila Velha, na Grande Vitória. O vendedor viralizou nas redes sociais ao oferecer a bebida nos semáforos da Avenida Carlos Lindenberg, uma das mais movimentadas da cidade.
Com dedicação e criatividade, Sanderley arrecadou mais de R$ 2 mil em menos de um mês, apenas vendendo café por R$ 2. A história chamou atenção justamente pela simplicidade: poucos ingredientes, uma garrafa térmica e muita simpatia para os clientes motoristas.
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Ele já está nessa atividade há cerca de dois meses. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele mostra, emocionado, moedas e cédulas de valores pequenos, de R$ 2 a R$ 20, que arrecadou apenas com as vendas do café nas ruas em 30 dias. A soma surpreendeu o vendedor: R$ 2.153,70.
“É possível trabalhar honestamente e ter um salário digno no final do mês. Aí o resultado de 30 dias trabalhando vendendo café no semáforo de forma honesta, no sol, na chuva, no calor, no frio”, comemorou Sanderley na gravação.
Até a publicação desta reportagem, o vídeo já passava de 2,4 milhões de visualizações.
Sanderley Rosário, vendedor ambulante, que viralizou na internet por vender café no sinal
Ricardo Medeiros/Rede Gazeta
Café, tradição capixaba
O café é parte da cultura do Espírito Santo, um dos maiores produtores e exportadores do país, e também está presente no dia a dia das famílias capixabas.
Sanderley percebeu que poderia transformar essa tradição em renda sem precisar de experiência ou uma grande estrutura. Café de garrafa, quem não sabe fazer? O que muda é o carinho, a confiança e a dignidade de acordar cedo para vender para quem está a caminho do trabalho, escola ou outros compromissos do cotidiano.
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Para conquistar clientes, ele adotou o chamado “pix da confiança”. Quem leva o café recebe um papel com o valor de R$ 2 e a chave-pix, podendo pagar depois, quando tiver condições. Se a pessoa não tem o dinheiro, leva do mesmo jeito. O empreendedor dos semáforos defende que a confiança traz retorno.
“Tinha dia que eu fazia R$ 50, mas tinha dia que eu voltava para casa com R$ 10. Quando deu meio do mês, começou a entrar pix de R$ 5 a R$ 100. Milagre, eu pensei. Mas, na verdade, esse é o retorno. O povo caprichou na confiança”, contou o vendedor.
Honestidade e recomeço
Sanderley contou que a criatividade e persistência podia estar dentro de um copo de 200 ml.
“Eu não vou mentir, eu fui com coragem e muita vergonha. Meu sogro me ajudou no primeiro dia. Chegamos lá com vergonha de encher as garrafas e oferecer para motoristas, passageiros, motociclistas e até pedestres. A gente conseguiu vender todo o café no primeiro dia, mesmo envergonhados”, relembrou.
Sanderley Rosário, vendedor ambulante, que viralizou na internet por vender café no sinal
Ricardo Medeiros/Rede Gazeta
Ele disse que a insistência foi a chave do negócio. Sanderley criou um propósito de 30 dias alinhando diferentes estratégias. Nos primeiros dias, o resultado não foi agradável, mas, aos poucos, a garrafa de café quentinho foi conquistando mais clientes.
Quando o açúcar ou o pó de café acabavam, recorria ao trabalho de entregas com a motocicleta do sogro para garantir os ingredientes e, consequentemente, as vendas do dia seguinte.
O vendedor lembra que o início foi difícil, mas a persistência mostrou que era possível. A ideia do negócio veio da sogra, que ele chama de maior parceira e quem prepara os cafés todos os dias.
Sanderley Rosário, vendedor ambulante, que viralizou na internet por vender café no sinal
Ricardo Medeiros
Agora, Sanderley sonha em retribuir todo o apoio que recebeu. “Quero dar a ela o tratamento odontológico que sempre sonhou. Se hoje tenho força é porque minha família acreditou em mim”, afirmou.
Com o sucesso, ele já recebe doações de café e propostas de parceria, mas garante que quer seguir no caminho da honestidade. Sanderley até pensa em ter uma cafeteria, mas no momento o foco total em prosperar com “Café Chefe”, como batizou o negócio.
“Se Deus permitir, eu posso abrir uma cafeteria futuramente. Mas jamais abandonaria o povo do semáforo”, finalizou.
Morador vende café na rua com pix da confiança
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