A Unidos do Viradouro escolheu, na madrugada de sábado (27), o samba que levará para a Marquês de Sapucaí para homenagear Moacyr da Silva Pinto, o Mestre Ciça, no carnaval 2026.
Será o 55º desfile da vida do homenageado e, desta vez, tem um gosto especial.
“Uma surpresa para mim, eu estou muito feliz. O sambista pode sim se sentir homenageado”, disse Mestre Ciça.
📱Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça
Juliana Paes e Metre Ciça na quadra da Unidos do Viradouro
Reprodução/ TV Globo
Os torcedores da escola lotaram a quadra, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Juliana Paes, rainha de bateria, também marcou presença.
“Acaba sendo uma homenagem às baterias e a todo esse coração, essa orquestra da escola e a todas as escolas se estende a homenagem”, afirmou Juliana.
O samba vencedor é assinado pelos compositores Cláudio Mattos, Renan Gêmeo, Rodrigo Gêmeo, Lucas Neves, Rodrigo Rolla, Ronaldo Maiatto, Bertolo, Silvio Mesquita, Marcelo Adnet e Thiago Meiners.
Mestre Ciça e Juliana Paes na escolha do samba-enredo da Viradouro
Reprodução/ TV Globo
Veja a letra do samba:
Eu vi, a vida pulsar como fosse canção
Milhões de compassos pra eternizar
Em cada batida do meu coração
O som que reflete o seu batucar
Lá, onde o samba fez berço, do alto do morro
Um menino orgulha Ismael, bicho novo
Forjado nas garras do velho leão
Contam no largo do Estácio
O destino em seu passo
Que fez pouco a pouco uma chama acender
Traz surdo, tarol e repique pro mestre reger
Quando o apito ressoa parece magia
Num trem caipira, no olhar da baiana
Medalha de ouro, suingue perfeito
Que marca no peito da escola de samba
Se a vida é um enredo desfilou outros amores
Maestro fez do couro sinfonia
Na ousadia dos seus tambores
Peça perfeita pra me completar
Feiticeiro das evocações
Atabaque mandou te chamar
Pra macumba jogar poeira
Firma a caixa pra resistir, o nome de Moacyr
É legado do mestre Caveira
Sou eu, mais um batuqueiro a pulsar por você
Ciça, gratidão pelas lições que eu pude aprender
E hoje aos teus pés
Somos todos um nessa avenida
Num furacão que nunca vai ter fim
Nossa história não encontra despedida
Se eu for morrer de amor que seja no samba
Sou Viradouro, onde a arte o consagrou
Não esperamos a saudade pra cantar
Do mestre dos mestres herdei o tambor