Rebeca Vilhalva e Silva participa de várias competições de shogi no Brasil
Nascida em Guararapes (SP), cidade do interior de São Paulo com imigração oriental, e inspirada em filmes e desenhos japoneses que a irmã assistia, a professora Rebeca Vilhalva e Silva nutre uma verdadeira paixão pelo shogi, um jogo de tabuleiro japonês que pode ser comparado a um “xadrez oriental”. Ela fundou o único clube da modalidade no Brasil e também fez do jogo a sua profissão.
Construção oriental em Guararapes (SP)
Reprodução / TV TEM
Rebeca não tem nenhuma ligação de sangue com a Terra do Sol Nascente. O interesse pelo jogo de tabuleiro veio no período de isolamento durante a pandemia do novo coronavírus em 2020.
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“Minha irmã, que assiste muito anime, viu esse jogo nas animações japonesas e decidiu a começar a aprender esse novo jogo. Na época existia um grupo, uma comunidade on-line, que divulgava o jogo e a gente começou a jogar por aplicativo, sites, plataformas on-line. Foi dessa maneira, por causa também da pandemia”, explica.
Rebeca é professora em São Paulo (SP) , mas nasceu em Guararapes (SP)
Reprodução / TV TEM
Depois disso, em 2022, Rebeca encontrou uma professora para aulas particulares e estreou já com uma vitória em um jogo presencial. A sequência de bons resultados fez ela decidir se profissionalizar.
“Chegou um momento que eu falei assim: ‘acho que agora é a hora de seguir esse sonho’ e decidi me mudar. Mudar de emprego, ir para São Paulo para ensinar crianças e jovens e ter essa oportunidade de divulgar o shogi. Disseminar essa cultura no nosso país”, revela.
Tabuleiro e peças de shogi
Reprodução / TV TEM
Apoio familiar
A mãe da Rebeca, Célia Dias Vilhava, apoiou a decisão da filha. “Eu sempre apoiei ela, mesmo tendo dúvidas. ‘Ai meu Deus, onde que ela está indo’. Mas eu sempre quis apoiar”, garante.
Hoje em dia a professora tem mais de 250 alunos em duas escolas de São Paulo (SP) e faz parte da Associação Brasileira de Shogi. Além disso, fundou o único clube de shogi do Brasil. A professora já perdeu as contas de títulos conquistados como jogadora.
“Se eu não me engano tenho 17 títulos brasileiros e esse ano (2025) eu conquistei uma vaga para jogar no Japão. Eu ganhei esse torneio invicta, que foi uma das preliminares, e consegui ir jogar shogi lá no Japão, o que era um dos meus sonhos”, conta, satisfeita.
Rebeca e alguns dos troféus que conquistou ao longo de sua trajetória
Reprodução / TV TEM
A oportunidade de ir para o Japão colocou Rebeca em contato direto com uma cultura inteiramente nova, no berço onde o jogo foi criado.
“Tive a oportunidade de conhecer a federação de shogi lá no Japão, conheci muitas pessoas, visitei dojôs, que são os lugares onde eles jogam e aprendem. Consegui ver como é, como as crianças e pessoas conseguem gostar de shogi de uma forma diferente. É uma paixão deles mesmo, então foi incrível a experiência. O shogi é razão do meu viver e quero continuar com ele para o resto da minha vida”, declara.
Rebeca viajou ao Japão para jogar um torneio de shogi
Reprodução / TV TEM
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